Mistérios do Sol são revelados com imagens surpreendentes

A Solar Orbiter, missão da Agência Espacial Europeia (ESA) lançada em fevereiro de 2020, segue explorando o Sol com o objetivo de capturar imagens de alta resolução e, pela primeira vez na história, fotografar seus polos. Em 22 de março de 2023, a sonda alcançou uma distância de aproximadamente 74 milhões de quilômetros do astro — cerca da órbita de Mercúrio — e registrou imagens com um nível de detalhe nunca visto.

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Com uma resolução de 8.000 pixels, as imagens divulgadas recentemente mostram desde a corona — a camada mais externa e quente da atmosfera solar — até o campo magnético turbulento da estrela. As fotografias são o resultado de meses de transmissão e processamento de dados.

De acordo com o professor Sami K. Solanki, diretor do Instituto Max Planck para Pesquisas do Sistema Solar (MPS) e principal investigador do Polarimetric and Helioseismic Imager (PHI), o equipamento responsável por parte dos registros, as observações são cruciais para entender o funcionamento completo do Sol.

“Observar todas as camadas simultaneamente e em alta resolução é essencial para compreender a dinâmica da nossa estrela”, afirmou.

Mapeamentos e descobertas

No mesmo dia em que capturou as imagens em luz visível, a Solar Orbiter realizou uma série de medições e registros com o uso do PHI, incluindo:

  • Fotografias da superfície granulada do Sol e de manchas solares;
  • Mapeamento do campo magnético solar;
  • Rastreamento da velocidade e direção do movimento do material na superfície;
  • Imagens em luz ultravioleta da corona, camada mais quente do Sol.
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Campo magnético e sua influência

Um dos destaques do estudo foi o magnetograma, que detalha a distribuição do campo magnético na superfície solar. Nessas imagens, as concentrações magnéticas são representadas em vermelho e azul, indicando áreas onde o campo é mais intenso.

Nessas regiões, o magnetismo restringe a mistura de materiais de diferentes temperaturas, o que torna as manchas solares mais frias que as áreas ao redor.

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Essas concentrações magnéticas estão diretamente associadas à formação de erupções solares e ejeções de massa coronal, fenômenos que liberam energia no espaço. Esses eventos, ao interagirem com o campo magnético da Terra, podem gerar as auroras boreais dias após a sua ocorrência.

Mapa de velocidade

Outro instrumento da sonda produziu um tachograma, mapa que registra a velocidade e a direção do fluxo de material na superfície solar. As imagens revelaram a dinâmica ao redor das manchas solares, onde os campos magnéticos rompem a superfície visível e influenciam o movimento do plasma.

Com a missão em andamento, os cientistas esperam que os dados coletados pela Solar Orbiter contribuam para avanços significativos na compreensão do comportamento do Sol e seus impactos no sistema solar.

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Créditos das imagens: Agência Espacial Europeia (ESA)

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