Whey Protein parece inofensivo mas está destruindo a saúde de brasileiros, revela médico
O uso de whey protein, um dos suplementos mais populares entre praticantes de atividade física, vem crescendo no Brasil. Em 2022, o setor registrou um aumento de 25% no consumo, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad).
Embora o produto contribua para o ganho de massa muscular, o uso excessivo pode trazer riscos à saúde, principalmente aos rins.
Durante participação no podcast Saúde com Ciência, o professor Josemar de Almeida Moura, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, alertou que o organismo humano não está preparado para metabolizar grandes quantidades de proteína.
“Se a pessoa já possui alguma condição prévia, como hipertensão ou lesão renal, o uso em excesso pode acelerar o desenvolvimento de doenças renais crônicas”, explicou.
Moderação e equilíbrio na dieta são essenciais

Segundo o especialista, o ideal é que o consumo de proteínas represente no máximo 30% das calorias ingeridas por dia. Além disso, manter o equilíbrio entre proteínas, carboidratos e gorduras é fundamental para evitar sobrecargas metabólicas.
A recomendação é que o uso de suplementos ocorra apenas com acompanhamento de profissionais de saúde, que possam orientar sobre as reais necessidades do organismo.
O professor também destaca que é possível alcançar os níveis adequados de proteína por meio de uma alimentação balanceada, sem a necessidade de suplementação. “Fontes naturais, como leite e derivados, podem, em muitos casos, suprir a demanda com mais eficiência e segurança”, afirmou.
Efeitos adversos do excesso
Além de sobrecarregar os rins, o uso indiscriminado de whey protein pode provocar efeitos colaterais como gases, cólicas, diarreia e acne, especialmente em pessoas com intolerância à lactose. Nestes casos, a versão isolada do suplemento, com menor teor de lactose, é mais indicada.
Outro ponto de atenção é o excesso calórico: a ingestão elevada do suplemento, sem ajuste no restante da dieta, pode levar ao ganho de peso, não por conta da proteína em si, mas pelo aumento geral na ingestão de calorias.
Quando e como suplementar
A orientação de profissionais é indispensável para avaliar o melhor tipo e a quantidade adequada do suplemento, considerando fatores como nível de atividade física, idade e condições de saúde.
Moura também chama a atenção para a falsa ideia de que quanto mais proteína, melhor: “O corpo não armazena o excesso. O que não é utilizado será excretado, o que pode levar à sobrecarga hepática e renal”, alertou.