Hospitais registram crescimento superior a 40% em procedimentos em pacientes acima de 70 anos
Por: Milena Armando
No Brasil, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu quase 60% em 12 anos. De acordo com dados do IBGE, hoje, são pouco mais de 22 milhões de pessoas nessa faixa etária, o que representa 10,9% da população total.
Esses dados são do censo de 2022. Em comparação com 2010, houve um aumento de 57,4%.
O envelhecimento da população é um fenômeno observado não apenas no Brasil, mas também em grande parte dos países. Segundo relatório de 2023 da ONU, espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais dobre nas próximas três décadas em todo o mundo.
Como a tecnologia contribui para a longevidade dos idosos?
A estimativa é que, até 2050, haja 1,6 bilhão de pessoas nessa faixa etária, representando 16% da população mundial.
O avanço da medicina, o acesso facilitado à saúde e as mudanças nos hábitos de vida não só aumentam a longevidade, mas também a qualidade de vida dos idosos.
Aumento de cirurgias em idosos e o reflexo da longevidade
No Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), o número de cirurgias em pessoas com 70 anos ou mais aumentou 50,35% em um ano. Em 2022, foram 2.413 procedimentos, enquanto em 2023 foram 3.628.
O mesmo ocorreu no Hospital Universitário Cajuru, com atendimento exclusivo pelo SUS, em que as cirurgias para esse público aumentaram 41,8% no período analisado.
Foram 1.213 procedimentos em 2022, contra 1.720 em 2023. Um acréscimo que caminha junto com o aumento da longevidade e técnicas minimamente invasivas.
Uso de técnicas menos invasivas
Diante de tantos procedimentos médicos, os neurológicos estão entre os que envolvem um nível de complexidade muito grande, especialmente em pacientes idosos.
Para minimizar sequelas e garantir uma recuperação mais rápida, as equipes médicas têm optado pela cirurgia com o paciente acordado.
O neurocirurgião Ricardo Brito, do Hospital Universitário Cajuru, destaca essa abordagem em casos em que não há alternativa à cirurgia. Um exemplo é uma paciente de mais de 90 anos com aneurisma cerebral.
“Devido aos riscos associados à sensibilidade do sistema circulatório à anestesia geral, optamos por realizar uma única intervenção com a paciente acordada. Este procedimento avançado diferencia o nosso serviço em âmbito nacional", afirma o médico.