Vida extraterrestre: cientistas têm novas esperanças com água em Marte
Apesar da recente decepção na detecção de água em Marte, os cientistas continuam otimistas e buscam novas abordagens para explorar as possibilidades de vida e água no Planeta Vermelho. Em um recente estudo divulgado por pesquisadores da Penn State University nos Estados Unidos, uma técnica inovadora foi sugerida para identificar a presença de água líquida abaixo da superfície marciana.
A proposta envolve a análise dos “martemotos”, tremores similares aos sismos terrestres, que podem revelar dados cruciais sobre os materiais presentes nas profundezas de Marte. Esta técnica é conhecida como método sismoelétrico, e embora já tenha sido utilizada na Terra, os cientistas acreditam que ela possa oferecer melhores resultados em Marte devido à ausência de água superficial que poderia mascarar os sinais.
Como funciona o método sismoelétrico
O processo se baseia no estudo das ondas sísmicas geradas pelos tremores em Marte. Conforme essas ondas atravessam diferentes tipos de materiais no subsolo, incluindo potenciais bolsões de água líquida, elas geram campos eletromagnéticos sutis. Analisando esses sinais, os cientistas podem inferir a composição do subsolo marciano e identificar áreas onde a água líquida poderia estar presente.
Desde o fim de 2018 até o final de 2022, o módulo de pouso Mars InSight da NASA tem procurado por martemotos usando equipamentos específicos, como o sismômetro e o magnetômetro. Os pesquisadores da Penn State University planejam agora analisar os registros obtidos dessa missão, explorando combinações de dados sismológicos e magnéticos para validar seu método.
Diferente da Terra, onde a presença de água na superfície pode confundir os sinais sismoelétricos, Marte possui uma superfície completamente árida. Isso torna mais fácil distinguir as anomalias nos registros sismológicos que podem indicar a presença de água. Assim, esse novo método tem potencial para ser uma ferramenta valiosa na confirmação de água subterrânea, ou “submarciana”, como apontam os estudiosos.