Veja quais marcas de creatina foram banidas do Brasil pela Anvisa
A creatina, suplemento amplamente utilizado por atletas e frequentadores de academia, voltou a ser foco de avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em um levantamento recente, o órgão analisou 41 marcas disponíveis no mercado brasileiro. O resultado? Apenas uma única marca conseguiu cumprir todos os critérios regulatórios exigidos.
Teste rigoroso da Anvisa revela falhas em grande parte dos produtos
A fiscalização, divulgada em 23 de abril, levou em consideração três parâmetros principais: quantidade real de creatina, presença de contaminantes e adequação das informações no rótulo.
Embora a maioria dos produtos testados tenha apresentado níveis aceitáveis da substância, apenas a creatina da marca Atlhetica Nutrition foi totalmente aprovada nos três quesitos.
O produto “Creatine Monohydrate – 100% Pure”, fabricado pela ADS Laboratório Nutricional Ltda, se destacou por apresentar teor correto de creatina, ausência de matérias estranhas e uma rotulagem dentro das normas da agência reguladora.
Rotulagem inadequada: um problema recorrente no mercado de suplementos
Dos 41 produtos avaliados, 40 apresentaram falhas na rotulagem, mesmo contendo níveis aceitáveis de creatina. A Anvisa identificou alegações enganosas, informações nutricionais inconsistentes e até mesmo a ausência de dados essenciais, como a frequência de consumo e o número de porções por embalagem.
Essas irregularidades não representam um risco direto à saúde, mas podem induzir o consumidor a decisões mal informadas, comprometendo a eficácia do uso do suplemento e a transparência na relação com o cliente.

Marcas reprovadas em testes anteriores apresentaram até 0% de creatina
Além da análise da Anvisa, a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) já havia realizado testes independentes, que detectaram níveis extremamente baixos — em alguns casos, nulos — da substância em marcas populares. Entre as reprovadas estavam:
- AGE – Creatine Monohidratada
- Cellucor – Creatin
- Dymatrix Nutrition – Creatina Monohydrate
- Generic Labs – Creatina Monohidratada
- Impure Nutrition – Creatina
- Intlab – Power Creatina
- Iron Tech Sports Nutrition – Creatina Monohidratada
- Muscle Pharm – Creatine
- NFT Nutrition – Creatina 100% Pura
- Tribe Nutrition – Creatina Monohidratada
Esses resultados evidenciam a urgência de verificar a procedência e a regulamentação dos suplementos alimentares, especialmente diante da popularização do consumo de creatina por públicos cada vez mais variados — de atletas profissionais a iniciantes na academia.
Especialistas recomendam cautela e atenção ao rótulo
Para nutricionistas e profissionais da saúde, a recomendação é clara: optar por marcas que tenham registro na Anvisa, transparência nas informações e boas práticas de fabricação.
O consumidor deve se manter atento à composição declarada, à existência de selos de qualidade e à reputação da marca no mercado.
Suplementos precisam ir além do marketing
A crescente demanda por suplementos como a creatina também exige maior fiscalização e responsabilidade por parte das empresas. Falhas na rotulagem, ainda que não sejam tóxicas, afetam a confiabilidade dos produtos e colocam em risco os objetivos dos consumidores.
Neste cenário, iniciativas como a da Anvisa são fundamentais para proteger a saúde pública, orientar o mercado e estimular a qualidade real, e não apenas publicitária, dos produtos disponíveis.