Usuários do iFood notam taxa extra de R$ 0,99 nos pedidos

Nos últimos dias, usuários do aplicativo iFood passaram a notar a inclusão de uma nova taxa fixa de R$ 0,99 em todos os pedidos realizados pela plataforma.

A cobrança é inserida automaticamente na etapa final da compra, sob o rótulo de “taxa de serviço”, mesmo para consumidores que assinam o Clube iFood, programa que promete vantagens e isenção de alguns custos.

O que mais tem chamado atenção é a ausência de uma comunicação clara por parte da empresa. A mudança não foi amplamente divulgada e pegou os clientes de surpresa, gerando críticas nas redes sociais.

A repercussão ocorre em meio à intensificação da concorrência no setor de entregas, cenário que já vem sendo apelidado por analistas como “Guerra do Delivery“.

Ausência de aviso direto levanta críticas

Diferentemente de outras atualizações anunciadas com destaque pela empresa — como a recente integração de serviços com o Uber, que permitirá pedir comida e transporte no mesmo app —, a taxa extra foi implementada sem notificação prévia aos usuários.

A mudança contraria expectativas de maior transparência nas relações de consumo, especialmente considerando o domínio de mercado do iFood, que detém cerca de 80% do setor de entregas no Brasil. A cobrança, anteriormente aplicada apenas em pedidos de valor reduzido, agora se estende a qualquer compra realizada no app.

Impacto direto no bolso do consumidor

Embora o valor individual da taxa pareça pequeno, seu efeito cumulativo é relevante, considerando os milhões de pedidos processados pela plataforma todos os dias.

Em um momento de alta nos preços dos alimentos fora de casa, a nova cobrança representa mais um encargo ao consumidor, que já lida com valores de frete, gorjetas e possíveis acréscimos dos restaurantes.

Críticos apontam que o modelo de precificação do iFood já é visto como pouco transparente. As comissões elevadas cobradas dos estabelecimentos parceiros acabam sendo repassadas ao cliente final, tornando o uso da plataforma, em muitos casos, mais caro do que a compra direta nos restaurantes.

Novos concorrentes e a busca por alternativas

A chegada de novas empresas promete reorganizar o setor. A 99, concorrente direta no segmento de transporte, prepara o retorno do 99Food, com foco em menores preços e condições mais vantajosas para os parceiros comerciais. O serviço já está em fase de testes em cidades do Sul e Sudeste.

Além disso, o mercado acompanha com atenção os planos de expansão internacional da chinesa Meituan, que deve começar a operar no Brasil em 2026.

Com investimentos pesados e estratégias agressivas de entrada, a expectativa é de que a empresa aumente a competitividade e pressione a liderança do iFood.

O que está em jogo?

Para os consumidores, o cenário reforça a necessidade de atenção ao que está sendo cobrado nos pedidos e incentiva a comparação de preços entre plataformas. Para o setor, o momento marca um ponto de virada: a pressão por inovação, ética e preço justo está em alta, e as empresas que não se adaptarem podem perder espaço rapidamente.

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