Um drinque por dia já aumenta o risco cardíaco, alertam médicos
Um relatório científico publicado pela Associação Americana do Coração (AHA) na revista Circulation está desafiando a crença popular de que o consumo moderado de álcool poderia trazer benefícios cardiovasculares.
A análise revela que mesmo doses baixas podem aumentar riscos como hipertensão, arritmias e AVC, enquanto os supostos efeitos protetores carecem de evidências consistentes.
Mito da “taça saudável”: o que dizem os novos dados

A pesquisa aponta que 1-2 doses diárias mostram relação neutra ou levemente benéfica em alguns estudos, mas com limitações metodológicas. A partir de 3 doses/dia, o risco cardiovascular aumenta significativamente.
Técnicas genéticas avançadas (randomização mendeliana) não encontraram proteção cardíaca em nenhum nível de consumo. “Não há evidências suficientes para recomendar álcool como parte de um estilo de vida saudável”, afirma o relatório, que analisou dados de 600 mil pessoas.
Riscos específicos por condição
Pressão arterial
- 3+ doses/dia elevam a pressão por até 24 horas
- Reduzir de 6 para 3 doses mostra melhora significativa
Fibrilação atrial
- Aumento de risco mesmo em baixo consumo
- Abstinência reduz recorrência de arritmias
AVC e infarto
- Possível proteção mínima abaixo de 2 doses some com consumo irregular
- Acima de 3 doses, risco de AVC hemorrágico dispara
Fatores que amplificam os perigos
- Mulheres metabolizam álcool mais lentamente
- Idosos têm interações perigosas com medicamentos
- Jovens sofrem com binge drinking (pressão alta precoce)
- Diferenças genéticas em asiáticos e africanos aumentam vulnerabilidade
Precaução acima de tudo
A AHA reforça que estratégias comprovadas – como exercícios, dieta balanceada e controle do peso – são alternativas mais seguras que o consumo alcoólico. “Até que tenhamos estudos mais robustos, a abstinência é a escolha mais prudente”, conclui o documento.