Trump simplesmente abandonou 171 quartos no Brasil e perdeu fortuna
A Trump Organization, empresa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu em 2016 retirar sua marca do Trump Hotel Rio de Janeiro, o único hotel na América do Sul que levava seu nome.
O porta-voz da Trump Hotels explicou que a ruptura foi motivada pela demora na construção do edifício de 171 quartos, que foi projetado para as Olimpíadas de agosto daquele ano, mas ainda estava inacabado.
O empreendimento, com um custo de aproximadamente 333 milhões de reais, é propriedade da LSH Barra Empreendimentos Imobiliários S.A e se tornou alvo de uma investigação do Ministério Público Federal.
Trump é investigado por fraudes e irregularidades
O Trump Hotel, localizado na Barra da Tijuca, um bairro de classe média alta que foi cenário dos Jogos Olímpicos, está sob investigação no âmbito da Operação Greenfield. Esta operação investiga possíveis fraudes que causaram déficits bilionários a fundos de pensão brasileiros.
O procurador Anselmo Cordeiro Lopes revelou suspeitas de irregularidades no aporte de recursos de dois fundos de pensão de servidores públicos no fundo de investimento responsável pela construção do hotel. Os aportes suspeitos envolvem 77,3 milhões de reais do Instituto Serpro de Seguridade Social e 54,3 milhões de reais do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins.
A Trump Organization, que apenas cede a marca e não é proprietária do hotel, não comentou sobre a investigação, assim como a LSH Barra, que também não respondeu aos questionamentos. Uma fonte próxima ao projeto afirmou que a decisão de romper a parceria foi mútua.
Paulo Figueiredo Filho, idealizador do hotel e neto do último presidente da ditadura militar brasileira, lamentou a decisão dos Trump em uma nota pessoal publicada em seu perfil no Facebook.
Repercussões e o futuro dos investimentos de Trump no Brasil
A saída de Trump do projeto do hotel no Rio de Janeiro representa uma perda significativa, considerando o investimento milionário envolvido.
O Rio de Janeiro era visto como a principal porta de entrada de Trump na América Latina. Além do hotel, havia planos para a construção das Trump Towers, um complexo de cinco torres comerciais no remodelado porto da cidade, que também não avançou.
As Trump Towers também são mencionadas na investigação do Ministério Público Federal. O procurador indicou que a Trump Organization foi beneficiada por meio de investimentos do FI-FGTS, um fundo bilionário administrado pela Caixa Econômica Federal (CEF), no Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha.
Esse empreendimento é considerado pelo prefeito Eduardo Paes como potencialmente o maior investimento imobiliário da cidade.
Em meio às controvérsias e investigações, Trump anunciou via Twitter que delegaria seus negócios a seus filhos e que a Trump Organization não fecharia novos acordos durante seu mandato presidencial. Este movimento visava evitar acusações de conflito de interesse entre sua posição como presidente dos Estados Unidos e seus empreendimentos imobiliários globais.