Tragédia confirmada! Primeiro país das Américas a perder todas geleiras
A Venezuela é o primeiro país a anunciar a completa extinção de suas geleiras, marcando um triste marco na luta contra as mudanças climáticas. A última geleira, La Corona, localizada no Parque de Serra Nevada, foi reclassificada como um simples campo de gelo, deixando de ser considerada uma geleira pelos padrões internacionais.
Esse anúncio, realizado pelo professor Julio Cesar Centeno, da Universidade dos Andes, destaca o impacto devastador das mudanças climáticas na região, com a perda de um importante símbolo natural e um destino turístico significativo.
O declínio das Geleiras Venezuelanas
A Venezuela já abrigou seis geleiras no início do século XX, cobrindo uma área total de mil quilômetros quadrados. No entanto, a redução gradual e significativa dessas geleiras culminou com a perda de La Corona.
Entre 1953 e 2019, a Venezuela experimentou uma redução de 98% na sua cobertura glacial, sendo 17% dessa perda ocorrendo apenas nos últimos quatro anos analisados. As geleiras nos picos El León, La Concha, El Toro e Bolívar já haviam perdido o status de geleira desde 2011, devido à redução abaixo do tamanho mínimo de 10 hectares.
Em uma tentativa de retardar o inevitável, as autoridades venezuelanas, sob a liderança do presidente Nicolás Maduro, implementaram um plano para cobrir os restos de gelo com polipropileno. A operação envolveu 35 rolos de manto, transportados por helicópteros militares para o pico.
No entanto, a medida foi criticada por cientistas e conservacionistas, sendo considerada ineficaz e potencialmente prejudicial ao ecossistema do parque.
Impactos e consequências para o país
O plano de proteção da geleira, que envolveu a cobertura com polipropileno, foi amplamente criticado. Julio Cesar Centeno descreveu a medida como “ilusória e absurda”, afirmando que estavam “protegendo” uma geleira que já não existia mais.
Além disso, a decomposição do tecido protetor em microplásticos representa uma ameaça significativa ao ecossistema local. Esses microplásticos, praticamente invisíveis, podem contaminar o solo, a água e o ar, afetando a saúde das pessoas e dos animais na região.
A perda de La Corona representa mais do que a extinção de uma geleira; é um sinal claro dos efeitos devastadores das mudanças climáticas na América do Sul. A região, que outrora foi um destino popular para esquiadores e turistas, agora enfrenta um futuro incerto, com impactos ambientais e econômicos profundos.
A Venezuela, agora, é o primeiro país das Américas a perder todas as suas geleiras, um marco que serve como um alerta para a necessidade urgente de ações climáticas globais.