Tarifa Social e Bolsa Família: é possível acumular os dois benefícios?
Milhões de brasileiros dependem de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família para complementar a renda familiar. Apesar de serem programas distintos, muitas dúvidas surgem sobre as possibilidades de acúmulo entre eles. Confira as principais regras e condições para ter acesso a esses auxílios.
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O que é o BPC e quem tem direito ao benefício?
Instituído pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), o BPC garante o pagamento mensal de um salário mínimo para dois grupos específicos:
- Idosos com 65 anos ou mais, que estejam em situação de vulnerabilidade social;
- Pessoas com deficiência, desde que comprovem incapacidade de prover o próprio sustento ou de serem sustentadas pela família.
Diferente dos benefícios previdenciários, o BPC não exige contribuição prévia ao INSS, mas é direcionado a famílias com renda per capita de até ¼ do salário mínimo, critério que pode ser ampliado para até ½ salário mínimo, dependendo da avaliação social.
Critérios e limitações do BPC
Embora seja um apoio essencial, o BPC possui restrições importantes:
- Não pode ser acumulado com outros benefícios previdenciários, como aposentadorias ou pensões do INSS;
- Cada solicitante deve cumprir requisitos individuais, mesmo que pertença à mesma família;
- O valor recebido pelo BPC não é incluído no cálculo da renda familiar per capita para a concessão de outro BPC no mesmo núcleo familiar.
Essas regras permitem que, por exemplo, uma família com dois idosos ou duas pessoas com deficiência possa receber o benefício para ambos, desde que atendam aos critérios.
Possibilidade de acumular BPC e Bolsa Família
Dúvidas frequentes também envolvem o acúmulo do BPC com o Bolsa Família, outro importante programa de transferência de renda. Atualmente, é possível que ambos os benefícios sejam recebidos pela mesma família, desde que cumpram os critérios de cada programa.
Uma mudança ocorrida em 2022 estabeleceu que o valor do BPC não será considerado no cálculo da renda per capita familiar para fins de elegibilidade ao Bolsa Família.
Assim, as famílias que possuem integrantes recebendo o BPC podem solicitar o Bolsa Família para outros membros, desde que a renda ajustada permaneça dentro do limite do programa, atualmente fixado em R$ 218 por pessoa.
Casos excepcionais e despesas elevadas
Famílias com despesas elevadas, especialmente relacionadas à saúde, podem ter condições especiais para solicitar o BPC. Custos como medicamentos, alimentos especiais ou equipamentos médicos são considerados durante a avaliação social e podem flexibilizar os critérios de renda.
Manutenção do benefício e cadastro
Para garantir a continuidade do BPC, é necessário manter o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado. O processo deve ser realizado nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), com documentos de identificação, comprovantes de residência e informações sobre a renda de todos os membros da família.
Benefícios incompatíveis com o BPC
O BPC não pode ser acumulado com:
- Aposentadorias e pensões do INSS;
- Outros programas de transferência de renda mínima, como o Auxílio Brasil (exceto Bolsa Família).
Essas restrições reforçam o caráter assistencial do BPC, voltado exclusivamente para aqueles que não possuem outras fontes de renda.
Saiba mais
Os interessados em saber mais sobre as regras do BPC e do Bolsa Família podem procurar informações diretamente nos CRAS ou pelo site oficial do governo federal, que reúne orientações sobre os programas sociais e critérios de elegibilidade.