Suzane von Richthofen recebe resultado chocante sobre concurso para o TJSP

A notícia de que Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato de seus pais em 2002, foi eliminada do concurso para o cargo de técnico no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), gerou repercussão.

Realizado em setembro de 2024, o certame tinha como objetivo preencher vagas no município de Bragança Paulista, cidade onde Suzane reside atualmente com o marido e o filho de 9 meses.

A eliminação de Suzane, que visava conquistar uma posição pública com salário inicial de R$ 6.043, levanta uma série de questões tanto sobre suas aspirações quanto sobre as implicações legais do concurso para uma pessoa com seu histórico.

Concurso e a eliminação de Suzane von Richthofen

Suzane participou do concurso público para o cargo de técnico no TJ-SP, uma posição que exige apenas ensino médio completo. Para avançar à segunda fase, que inclui uma prova prática de digitação e formatação de texto, ela precisava obter pelo menos 73 pontos na prova objetiva.

O resultado divulgado na última sexta-feira revelou sua eliminação, impossibilitando o acesso público à sua pontuação, que permanece disponível apenas na área restrita do candidato. Apesar disso, 33 candidatos avançaram para a próxima etapa do concurso.

Suzane, que estava se preparando há meses, praticando digitação diariamente, viu sua expectativa de conquistar a vaga ser frustrada pela pontuação insuficiente.

Suzane no Regime Aberto

Atualmente no regime aberto, Suzane ainda cumpre pena pela morte dos pais, um crime que ocorreu há mais de 20 anos.

Ela foi condenada a 39 anos de prisão e, desde 2021, cumpre sua pena fora do sistema prisional fechado, com restrições severas, como a obrigatoriedade de permanecer em sua casa entre as 20h e 6h, a proibição de sair de Bragança Paulista, e a necessidade de evitar a ingestão de bebidas alcoólicas em público.

Seu processo de execução penal corre sob sigilo, o que inclui informações sobre o tempo restante de pena e as condições de cumprimento. A prisão em regime aberto veio após a progressão do seu regime de cumprimento de pena, mas ela ainda deve seguir regras rígidas de monitoramento e acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Impacto de sua condenação no concurso e na possibilidade de posse

Mesmo que Suzane tivesse sido aprovada no concurso, ela enfrentaria um obstáculo significativo: a exigência de comprovação de “boa conduta” para a posse no cargo. O edital do concurso para o TJ-SP inclui uma cláusula que exige que os candidatos apresentem atestados de antecedentes criminais e certidões de processos judiciais.

Além disso, há a exigência de uma declaração de próprio punho, informando se o candidato respondeu ou responde a processos ou inquéritos policiais. Dado seu histórico criminal, Suzane teria dificuldade em comprovar sua “boa conduta”, um requisito básico para qualquer nomeação pública no Brasil.

Suzane em outras tentativas de Concurso Público

Este não foi o primeiro concurso público ao qual Suzane se inscreveu. Em 2023, ela tentou o cargo de telefonista na Câmara Municipal de Avaré, mas, após a repercussão negativa, desistiu da disputa. Esse episódio também ilustra a tensão entre as tentativas de Suzane de reconstruir sua vida em um novo ambiente e as reações sociais e legais às suas ações passadas.

A tentativa de Suzane de reintegrar-se ao mercado de trabalho por meio de concursos públicos demonstra sua busca por uma nova chance, embora as barreiras legais e a rejeição pública dificultem esse processo.

Tratamento psicológico e psiquiátrico

Além das questões legais, Suzane também enfrenta desafios pessoais significativos. Durante seu tempo no sistema prisional, foi diagnosticada com traços de personalidade como narcisismo, manipulação, impulsividade e agressão camuflada, conforme relatórios de avaliação psicológica.

Embora tenha progredido para o regime aberto, ela foi mantida sob acompanhamento psicológico e psiquiátrico, como parte das condições para sua libertação.

Recentemente, Suzane solicitou à Justiça autorização para realizar seu tratamento com médicos particulares, mas o pedido foi negado, uma vez que os relatórios médicos necessários devem ser fornecidos por profissionais vinculados ao sistema público de saúde.

Com a pena de 39 anos de prisão ainda em curso e a necessidade de manter tratamentos psicológicos e psiquiátricos, o futuro de Suzane no mercado de trabalho permanece incerto. Mesmo que busque uma reabilitação por meio de uma carreira pública, o passado criminal de Suzane ainda a persegue, dificultando suas chances de prosperar na vida pós-condenação.

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