Revelado o valor correto das cestas básicas distribuídas pelo Governo
Um vídeo, que está sendo compartilhado na web, chamou a atenção dos internautas.
O conteúdo em questão consiste em uma jornalista que fala sobre o contrato estabelecido pelo governo federal com uma empresa de transporte aéreo para fornecer alimentos à população Yanomami.
O vídeo viralizou nas redes sociais, especialmente por um trecho em que a jornalista alega que o custo para enviar cada cesta básica seria de R$ 20 mil, o que foi desmentido logo depois. Saiba detalhes a seguir.
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Informação é falsa; entenda detalhes da verificação
De acordo com o Estadão Verifica, a afirmação é considerada enganosa, pois o custo real da entrega de cada cesta básica é em torno de R$ 1,8 mil.
O contrato firmado pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estipula o pagamento de R$ 185 milhões a uma empresa de locação de aeronaves para entregar até 8,3 mil cestas por mês durante um ano.
Em abril, o Ministério assumiu a responsabilidade pelo transporte aéreo, anteriormente a cargo do Exército. O contrato foi realizado sem licitação, justificado pela “necessidade premente” dos Yanomamis, conforme declarado pela pasta.
A jornalista mencionada no vídeo, Cristina Graeml, foi contatada, mas não respondeu até o momento da veiculação desta matéria.
Saiba mais detalhes dessa situação
O vídeo faz parte de um programa na Gazeta do Povo, que foi ao ar em 28 de março, no qual a jornalista comenta sobre o contrato sem licitação estabelecido pelo governo federal com uma empresa de locação de aeronaves para transportar alimentos à população Yanomami.
O trecho em questão, amplamente compartilhado nas redes sociais, menciona erroneamente que o MPI gastaria R$ 20 mil para cada cesta básica.
Essa declaração surgiu após a contratação da empresa Ambipar Flyone Serviço Aéreo Especializado pelo governo federal, por meio de um pregão público em 9 de fevereiro, para realizar o transporte emergencial de alimentos à Terra Indígena Yanomami.
O contrato, no valor de R$ 185,9 milhões e com duração de um ano, foi divulgado com uma declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, sugerindo que o pagamento permitiria a entrega de cerca de 8,3 mil cestas básicas.
Resposta do governo
Em resposta, o MPI esclareceu que o valor destinado cobriria o transporte de até 8.360 cestas por mês, totalizando 100.320 entregas em um ano. Portanto, o custo real seria de R$ 1.853,24 para cada cesta
Essa estimativa abrange apenas a logística de distribuição dos alimentos, desde os pontos de armazenamento até as comunidades indígenas.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pela aquisição das cestas de alimentos, informou que o valor médio desembolsado por cada uma é de R$ 280, variando conforme as especificações solicitadas pela Funai.
Agravamento da crise humanitária do povo Yanomami
A Terra Indígena Yanomami enfrentou 363 mortes em 2023, superando os números de 2022, quando foram registradas 343 mortes. Em janeiro do ano anterior, foi declarado estado de emergência devido aos altos índices de mortalidade, principalmente por malária e desnutrição.
Diante dessa crise, o governo implementou uma série de medidas no território, incluindo a retirada de garimpeiros, o anúncio da construção de um hospital indígena em Boa Vista, a inauguração de 22 unidades básicas de saúde e a distribuição de pacotes de alimentos à população Yanomami.
No entanto, as ações tomadas até o momento não conseguiram resolver completamente a crise, como admitiu a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.