Reajuste de 7,5% elevou o salário mínimo para a alegria de brasileiros
O salário mínimo em vigor desde janeiro de 2025 é de R$ 1.518, um acréscimo de R$ 106 em relação ao valor anterior. O aumento de 7,5% superou o índice oficial da inflação, mas ficou aquém do que se projetava inicialmente. A diferença se deve a novas diretrizes fiscais adotadas pelo governo federal para limitar o avanço das despesas públicas.
O novo modelo de reajuste tem como foco a sustentabilidade fiscal, refletindo uma mudança na política de valorização do salário mínimo.
Ainda que preserve parte do poder de compra dos trabalhadores, o reajuste está atrelado a um teto de gastos, o que limita os aumentos futuros mesmo em cenários de crescimento econômico mais forte.
Mudança na fórmula: o que foi alterado?

Antes da adoção das novas regras, o valor do salário mínimo era reajustado com base na inflação do ano anterior (medida pelo INPC) somada à variação do PIB de dois anos antes. Esse modelo costumava gerar ganhos reais para os trabalhadores, pois, em alguns anos, os reajustes ultrapassavam a inflação oficial, o que beneficiava diretamente o consumo e a renda das famílias.
Se essa fórmula ainda estivesse em vigor, o valor do salário mínimo em 2025 poderia ter chegado a R$ 1.525. No entanto, com a imposição de um teto de 2,5% para o crescimento das despesas, o reajuste foi limitado — mesmo com o PIB registrando alta de 3,2% no período mais recente considerado.
Como o novo salário mínimo afeta o dia a dia do brasileiro?
O salário mínimo tem influência direta no valor de aposentadorias, pensões, abono salarial e outros benefícios sociais. Qualquer mudança impacta milhões de brasileiros que têm esses valores como principal — e muitas vezes única — fonte de renda. Por isso, o governo busca calibrar as decisões entre a preservação do poder de compra da população e a responsabilidade fiscal.
Segundo economistas, um aumento acima da inflação pode aquecer o mercado interno, pois tende a estimular o consumo, principalmente em setores como alimentação, vestuário e serviços. Por outro lado, há preocupações quanto ao impacto do reajuste nos custos das empresas, sobretudo as de menor porte, que podem ter dificuldade para absorver o aumento da folha de pagamento.
Riscos e caminhos possíveis
A adoção do teto de 2,5% para o crescimento das despesas públicas representa um esforço do governo para manter o equilíbrio das contas. No entanto, essa política pode restringir ganhos reais do salário mínimo em momentos de expansão econômica.
O grande desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio entre os interesses dos trabalhadores e a necessidade de responsabilidade fiscal. Especialistas defendem que o governo deve manter o acompanhamento dos impactos dessa política na economia e nos indicadores sociais, com eventuais ajustes para garantir que o salário mínimo continue sendo uma ferramenta relevante de redistribuição de renda.
Nos próximos anos, será essencial observar como essas mudanças se refletem no orçamento das famílias, no nível de consumo e na arrecadação pública. O monitoramento contínuo será determinante para garantir que os objetivos sociais e fiscais caminhem lado a lado.