Quadrilha que roubava Auxílio Emergencial do Governo acaba de ser presa

A 2ª Vara Federal Criminal da Bahia condenou três indivíduos por envolvimento em um esquema de fraude no auxílio emergencial, benefício criado durante a pandemia de COVID-19.

A decisão atinge Antonio Roberto Lima Silveira, Kaio Vinícius dos Santos Celestino e Adalton Junio Nunes Evangelista Souza, responsabilizados por crimes como furto qualificado mediante fraude e formação de associação criminosa.

De acordo com a sentença proferida pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro, os réus utilizaram softwares maliciosos para explorar falhas nos sistemas da Caixa Econômica Federal, acessando indevidamente contas bancárias de terceiros.

As ações resultaram em transferências ilícitas, saques e pagamentos de boletos, totalizando um prejuízo de mais de R$ 200 mil aos cofres públicos.

Líder do grupo recebeu pena de mais de 17 anos

Apontado como mentor da operação criminosa, Antonio Roberto foi sentenciado a 17 anos, 5 meses e 20 dias de prisão em regime fechado.

Além das acusações de fraude e associação, ele também foi condenado por lavagem de dinheiro, por ocultar os valores desviados em contas de terceiros — inclusive da própria mãe — e por adquirir veículos de alto valor.

Os outros dois condenados receberam penas próximas de 4 anos, a serem cumpridas em regime semiaberto.

Justiça determina confisco de bitcoins usados em fraudes

Um dos pontos centrais da sentença é a ordem de perda de R$ 340 mil em criptomoedas, especificamente em bitcoins, que teriam sido adquiridos por Antonio Roberto com recursos provenientes das fraudes. Segundo a Polícia Federal, os valores foram movimentados entre fevereiro e julho de 2020, período que coincide com a atuação do grupo.

Para garantir o bloqueio dos ativos digitais, a Justiça autorizou medidas junto a corretoras de criptomoedas, como Binance, Mercado Bitcoin e Foxbit, com o objetivo de congelar eventuais contas em nome dos réus.

Também foi autorizada nova perícia forense no celular de Antonio Roberto, com possibilidade de alteração de senhas das carteiras digitais para evitar movimentações futuras.

Três carros de luxo também foram apreendidos

Além dos ativos virtuais, foram confiscados três veículos de luxo, adquiridos com o dinheiro desviado do auxílio emergencial. Na decisão, o magistrado ressaltou a gravidade dos crimes, cometidos “em um dos momentos mais críticos da história recente do país”, quando os recursos públicos deveriam ser direcionados a famílias em situação de vulnerabilidade social.

Apesar da condenação, os réus poderão recorrer da decisão em liberdade.

Número do processo: 1042189-04.2020.4.01.3300

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