Próstata gigante: cirurgia inovadora é feita pelo SUS em idoso

Gumercindo Gonçalves da Silva, de 90 anos, passou por uma cirurgia inovadora no Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) para tratar uma hiperplasia prostática benigna (HPB), condição que havia deixado sua próstata com volume seis vezes acima do normal.

O procedimento, realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi considerado menos invasivo e representa um avanço importante no cuidado a pacientes idosos com comorbidades.

O tratamento, inédito na unidade hospitalar, foi indicado após o paciente apresentar sintomas como dor intensa, sangramento recorrente e dificuldades para urinar. A cirurgia foi conduzida pelo radiologista intervencionista Rafael Garzon, que destacou os benefícios da técnica utilizada.

“Não há necessidade de cortes. A intervenção é feita com anestesia local, por meio da inserção de cateteres finos nas artérias da virilha ou do punho”, afirmou o especialista.

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O aposentado Gumercindo Gonçalves da Silva, 90, após a cirurgia e sua filha, Teresa Gonçalves de Souza, 65. — Foto: Hospital de Base/Divulgação

A técnica consiste na embolização das artérias que irrigam a próstata, interrompendo o suprimento de sangue ao órgão e provocando a redução gradual de seu tamanho. O procedimento é todo orientado por imagens obtidas com um angiógrafo, aparelho que mostra em tempo real a rede de vasos sanguíneos.

A cirurgia, com duração média de duas a quatro horas, é considerada mais segura para pessoas com idade avançada, evitando os riscos associados a técnicas mais invasivas. De acordo com a urologista Ana Paula Bogdan, a HPB é uma condição frequente em homens acima dos 60 anos e pode comprometer a bexiga e os rins caso não seja tratada a tempo.

“A prevenção é fundamental. A avaliação regular com toque retal a partir dos 45 ou 50 anos permite diagnosticar precocemente a condição”, explicou.

A filha e cuidadora de Gumercindo, Teresa Gonçalves, relatou que a melhora foi imediata. “Ele já teve alta médica e está se recuperando em casa. O sangramento cessou e esperamos que agora ele tenha mais conforto e qualidade de vida”, disse.

O caso representa um marco na atenção à saúde do idoso na rede pública e reforça a importância da ampliação do acesso a procedimentos minimamente invasivos no SUS, especialmente em municípios do interior.

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