Promessas e Realidade: Fila do INSS Continua Longa no Início de 2024
Apesar das promessas do ministro da Previdência, Carlos Lupi, de reduzir a fila de espera de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para o máximo de 45 dias até o final de 2023, o compromisso não foi cumprido. O ano encerrou-se com o ministro insistindo que a meta foi alcançada, mas os últimos dados disponíveis revelam uma redução de aproximadamente 1,8 milhão de pedidos de aposentadorias para pouco mais de 1,6 milhão.
Os dados foram obtidos do Portal da Transparência Previdenciária, lançado em julho, com informações até setembro, apresentando uma defasagem superior a três meses. Em uma entrevista ao Podcast do Correio no mês passado, Lupi afirmou que os dados do portal eram atualizados mensalmente, contradizendo a realidade da defasagem nas informações. Quando confrontado, admitiu a falha, alegando que os dados de outubro e novembro ainda não estavam disponíveis.
Dentro do Ministério da Previdência, o tema da fila é delicado, mesmo em conversas reservadas com servidores. Apesar de reconhecerem melhorias nos números divulgados, destacam que os resultados ainda são pequenos e distantes do compromisso inicial do ministro no início do governo.
Em resposta a uma solicitação pela Lei de Acesso à Informação (LAI) em agosto, os dados da fila do INSS indicaram uma diferença de mais de meio milhão de beneficiários em comparação às informações divulgadas no Portal da Transparência Previdenciária. Lupi anunciou a criação de um grupo de trabalho para corrigir eventuais falhas e apurar as diferenças.
Mesmo com a criação, em julho, do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS) por meio de uma Medida Provisória, nos três meses seguintes, o programa conseguiu reduzir a fila em 200 mil segurados, atingindo cerca de 1,6 milhão. A situação coloca em destaque os desafios persistentes na gestão da fila do INSS e a necessidade de medidas eficazes para atender às expectativas da população.