Primeira cidade de Marte está saindo do papel: Saiba quem poderá morar
A SpaceX, empresa liderada por Elon Musk, está intensificando os preparativos para estabelecer uma presença humana permanente em Marte. Durante uma apresentação recente, Musk confirmou que o primeiro lançamento com destino ao planeta vermelho, usando o foguete Starship, está previsto para acontecer já no próximo ano.
A missão inicial será não tripulada, com o objetivo de testar a entrada atmosférica e o pouso em solo marciano — dados que serão cruciais para o envio futuro de astronautas.
A proposta faz parte de um plano de longo prazo que busca não apenas levar pessoas ao planeta, mas construir uma cidade funcional e autossustentável em Marte. A SpaceX já tem um local preferido para a instalação da primeira base: Arcádia Planitia, região plana localizada no hemisfério norte do planeta.
Estrutura inicial e autossuficiência
Na primeira fase da colonização, os astronautas deverão montar sistemas essenciais, como produção de energia, instalações temporárias para moradia e zonas de pouso. A intenção é aproveitar ao máximo os recursos locais, como água congelada e minerais, reduzindo a dependência de suprimentos trazidos da Terra.
A SpaceX calcula que a viabilidade de uma cidade marciana exige o envio de milhões de toneladas de carga e a mobilização de mais de um milhão de pessoas ao longo de diversas missões.
Para isso, os voos com o Starship devem ocorrer com frequência quase diária, aproveitando os períodos ideais de aproximação entre os dois planetas, que se repetem a cada 26 meses.
Condições naturais favoráveis
Apesar de Marte estar a cerca de 225 milhões de quilômetros da Terra, Musk afirma que as condições naturais do planeta podem favorecer uma futura colonização. A gravidade reduzida, equivalente a um terço da terrestre, facilita o transporte de materiais e a construção de estruturas.
Além disso, os dias marcianos têm duração semelhante aos da Terra, o que pode beneficiar a adaptação humana.
Outros elementos, como a luz solar disponível e a composição atmosférica rica em dióxido de carbono, poderiam ser usados para gerar energia e cultivar alimentos em ambientes controlados.
Visão estratégica
Para Elon Musk, a criação de uma base em Marte é uma forma de proteger a continuidade da civilização humana.
Em entrevistas anteriores, o empresário já declarou que o planeta poderia servir como um “backup da vida na Terra” em caso de eventos extremos, como conflitos globais ou desastres naturais de grande escala.
“Uma colônia marciana teria mais chances de sobreviver a uma guerra do que uma base na Lua, por estar mais distante. Se enfrentarmos um colapso, precisamos de um lugar para preservar a humanidade e reconstruir a civilização”, disse Musk em declaração relembrada do jornal The Guardian.
Próximos passos
Enquanto a missão inaugural se aproxima, a SpaceX segue com testes do sistema Starship e adaptações para as condições severas de Marte. O plano é ambicioso, mas reflete a busca por um novo capítulo da presença humana fora da Terra — uma meta que, segundo Musk, poderá transformar o futuro da espécie.