Presságios apovarantes são reveladas em descoberta de tábuas milenares

Pesquisadores acabam de decifrar mensagens ocultas em tábuas de argila de cerca de quatro mil anos, trazendo à tona presságios assustadores da antiga Mesopotâmia.

Esses textos, considerados os mais antigos registros de informações sobre eclipses lunares, revelam como os habitantes daquela época interpretavam eventos celestes como sinais divinos que previam o futuro. Entre as predições, há avisos sobre a morte de reis, destruição de cidades e até mesmo pestilências.

As tábuas, provavelmente oriundas de Sippar, uma cidade da Mesopotâmia, foram integradas à coleção do Museu Britânico no final do século XIX, mas só agora foram completamente traduzidas.

Presságios
(Foto: Pixabay)

Eclipses como presságios divinos

As tábuas decifradas mostram que os antigos mesopotâmicos utilizavam os eclipses lunares como indicadores de presságios. Os textos relatam que a posição das sombras, o horário da noite e a duração dos eclipses eram elementos essenciais para prever acontecimentos futuros.

Por exemplo, uma das tábuas afirmava que se um eclipse fosse obscurecido no centro, isso indicaria a morte de um rei e a destruição da região de Elão, localizada onde hoje é o Irã.

Outro presságio, ainda mais aterrorizante, associava um eclipse a uma pestilência iminente, enquanto um terceiro advertia sobre a queda de Subartu e Akkad, regiões mesopotâmicas, se o fenômeno começasse no sul e depois se dissipasse.

Esses presságios refletiam a profunda crença dos povos antigos de que os eventos no céu eram mensagens dos deuses, alertando sobre perigos iminentes. Os reis da época levavam essas previsões muito a sério e, diante de um presságio ameaçador, como a morte de um monarca, ordenavam investigações detalhadas para verificar se a ameaça era real.

Animais eram sacrificados e seus órgãos examinados para interpretar a vontade dos deuses. Se o perigo fosse confirmado, rituais eram realizados para aplacar a ira divina.

Novas descobertas em tábuas hititas

Além das tábuas mesopotâmicas, uma outra descoberta recente trouxe novas revelações sobre presságios e eventos históricos. Uma tábua de argila de 3.300 anos, encontrada no centro da Turquia, revelou detalhes sobre uma invasão ao Império Hitita, ocorrida durante uma guerra civil.

A tábua, escrita em cuneiforme, descreve o ataque de invasores que se aliaram a uma das facções hititas em luta pelo poder. A descoberta foi feita em Büklükale, um sítio arqueológico próximo à capital turca, Ancara, e sugere que o local servia como uma residência real hitita.

A tradução do texto, que levou meses para ser concluída, revelou uma oração escrita em hurriano, pedindo vitória no conflito. O uso dessa língua, comumente empregada em rituais religiosos, indica que a tábua pode ter sido parte de um ritual sagrado conduzido pelo próprio rei hitita.

Esse novo achado reforça a importância de Büklükale como um centro político e religioso do império hitita, além de fornecer mais informações sobre a complexa história dessa civilização da Idade do Bronze.

Essas descobertas não só iluminam o passado distante, mas também destacam o papel crucial que os presságios e a interpretação de sinais celestes desempenhavam nas decisões políticas e religiosas das antigas civilizações.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.