Prática muito comum pode estar destruindo a saúde do seu cão
Nas ruas das cidades brasileiras, tornou-se comum encontrar tigelas com água deixadas por lojistas e comerciantes nas entradas de seus estabelecimentos. A intenção é acolher os cães que acompanham seus tutores durante os passeios.
No entanto, especialistas alertam: permitir que os animais se hidratem nesses recipientes coletivos pode representar sérios riscos à saúde. A prática não é segura e pode facilitar a transmissão de doenças infecciosas, de acordo com especialistas da área.
Além de bactérias que podem se acumular na água parada, há ainda o risco de contaminação por fezes, urina e secreções de animais doentes ou até mesmo de pragas urbanas, como ratos e pombos, que também podem ter acesso às tigelas.
Riscos à saúde canina

Uma das bactérias mais preocupantes nesses casos é a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Esse micro-organismo pode causar infecções graves, como problemas de pele e até pneumonia, e é conhecido por sua resistência a diversos antibióticos. A transmissão pode ocorrer por meio do contato com saliva, sangue ou pus de animais infectados.
Outras doenças relacionadas à ingestão de água contaminada incluem a leptospirose, causada pela exposição à urina de ratos, e a giardíase, uma infecção intestinal provocada por um protozoário. Ambas as enfermidades podem gerar diarreias, febre e perda de apetite, e demandam tratamento específico.
Já a traqueobronquite infecciosa canina, popularmente conhecida como tosse dos canis, também pode ser transmitida em ambientes com compartilhamento de recipientes. Apesar de existirem medicamentos adequados para o tratamento, essas doenças podem trazer complicações e até levar o animal à morte.
Hidratação segura durante os passeios
Mesmo fora de casa, o cão precisa se manter hidratado, especialmente em dias quentes. Mas, segundo a veterinária, é possível oferecer água de forma segura, sem depender de recipientes públicos.
Veja algumas alternativas:
- Garrafas portáteis específicas para pets, com bebedouro acoplado, são práticas e higiênicas;
- Evite sair com o cão nas horas mais quentes do dia. Prefira passeios logo pela manhã ou no fim da tarde;
- Sempre que possível, opte por trajetos com sombra e áreas verdes, evitando o contato prolongado com o asfalto, que pode aquecer excessivamente e causar desidratação ou queimaduras nas patas.
Atenção redobrada em creches e hospedagens
Espaços que recebem grande número de animais, como hotéis e creches para cães, também costumam utilizar tigelas de uso coletivo. Por isso, tutores devem verificar se o estabelecimento exige a apresentação da caderneta de vacinação atualizada de todos os hóspedes.
— O controle vacinal é essencial para reduzir o risco de contaminação entre os animais — reforça a veterinária.
Higiene das tigelas dentro de casa também é essencial
A preocupação com a tigela de água não se limita aos ambientes externos. Dentro de casa, a falta de limpeza adequada também pode tornar o utensílio um foco de bactérias.
— O ideal é fazer a higienização diária com água morna e detergente neutro, utilizando uma esponja exclusiva para os itens do pet — orienta Queiroz.
Além disso, a água deve ser filtrada e trocada ao menos duas vezes por dia. A comida também deve ser oferecida de forma limpa, e a vermifugação precisa estar sempre em dia, o que ajuda a minimizar danos em caso de eventual contato com micro-organismos nocivos.
Adotar práticas simples pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e na saúde dos cães, garantindo que os momentos de passeio e lazer sejam aproveitados de forma segura e saudável.