Novidade sobre golpe do INSS cai como uma bomba para aposentados

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (14), uma nova etapa da Operação Sem Desconto, que investiga um amplo esquema de fraudes envolvendo descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A ação ocorre em Presidente Prudente (SP) e foi autorizada pela Justiça Federal no Distrito Federal.

Nesta segunda fase, os policiais cumprem dois mandados de busca e apreensão com o objetivo de localizar e identificar bens ocultos que teriam sido adquiridos com recursos oriundos do esquema.

Os alvos são Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como assessor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil), e Ingrid Pikinskeni Morais Santos, esposa e sócia dele.

Segundo apuração da PF, valores expressivos foram repassados da Conafer para contas ligadas ao casal, que, por sua vez, teriam utilizado diferentes empresas de fachada para movimentar os recursos e dificultar o rastreamento da origem do dinheiro.

Esquema milionário sob investigação

Na primeira fase da operação, realizada em abril, as autoridades identificaram um suposto desvio de mais de R$ 6,3 bilhões desde 2019, em um esquema que envolvia o cadastro indevido de aposentados em associações de fachada, sem autorização dos beneficiários.

Com assinaturas falsificadas, essas entidades cobravam mensalidades diretamente nos benefícios pagos pelo INSS.

A ação resultou na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de cinco servidores. O episódio também provocou mudanças no comando do Ministério da Previdência, com a saída de Carlos Lupi e a entrada de Wolney Queiroz.

Rastreio de patrimônio e indícios de lavagem de dinheiro

De acordo com documentos da investigação, a Conafer teria recebido mais de R$ 100 milhões do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), sendo parte desse montante redistribuída para pessoas e empresas próximas ao grupo investigado.

A PF aponta que R$ 812 mil foram repassados diretamente ao presidente da entidade, Carlos Roberto Ferreira Lopes, e, em seguida, ao casal Cícero e Ingrid.

As movimentações financeiras indicam a existência de um possível esquema de lavagem de dinheiro, utilizando múltiplas associações e empresas interligadas para disfarçar a origem dos recursos. Carros de luxo pertencentes aos investigados foram apreendidos nesta nova fase.

Personagem central ainda não foi preso

Apontado como o principal articulador do esquema, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, continua em liberdade.

Ele é apontado pelos investigadores como o elo entre os grupos criminosos e os mecanismos de repasse de valores indevidos.

A Controladoria-Geral da União (CGU) atua em conjunto com a Polícia Federal nas investigações. O INSS, por sua vez, notificou mais de 9 milhões de beneficiários que podem ter sido vítimas das cobranças irregulares.

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