Nova tecnologia do SUS é impressionante e vai salvar milhões de mulheres
O Sistema Único de Saúde (SUS) está implementando mudanças no rastreamento do câncer do colo do útero.
A partir deste ano, o exame papanicolau será gradualmente substituído pelo teste molecular de DNA-HPV. Essa alteração busca aumentar a eficácia na detecção precoce do câncer, aproveitando a maior sensibilidade do novo exame.
O teste de DNA-HPV, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2021, oferece uma detecção mais precisa dos subtipos de HPV de alto risco, especialmente os tipos 16 e 18, que são responsáveis por uma grande parte das lesões precursoras de câncer.
Com essa mudança, o intervalo entre os exames poderá ser ampliado para cinco anos, desde que não haja diagnóstico do vírus.
Por que o teste de DNA-HPV é mais eficaz?
A principal vantagem do teste molecular de DNA-HPV é sua capacidade de identificar com precisão variantes oncogênicas do vírus. Isso significa que ele pode detectar subtipos de HPV que têm maior probabilidade de evoluir para câncer.
A alta confiabilidade do teste permite que o intervalo entre os exames seja estendido, reduzindo a necessidade de visitas frequentes ao médico, o que pode ser mais conveniente para as pacientes.
Além disso, o novo exame faz parte de um rastreamento organizado, onde o sistema de saúde busca ativamente a população-alvo. Isso contrasta com o modelo anterior, onde as pacientes precisavam procurar os serviços de saúde por conta própria.
Novas diretrizes para o rastreamento
As novas diretrizes, apresentadas pelo Instituto Nacional do Câncer, mantêm a faixa etária para o rastreamento entre 25 e 49 anos. No entanto, incluem também a opção de autocoleta para populações de difícil acesso.
Essa medida visa aumentar a cobertura do exame, especialmente em áreas onde o acesso aos serviços de saúde é limitado.
Além disso, as diretrizes oferecem orientações específicas para o atendimento de pessoas transgênero, não binárias e intersexuais, garantindo que todas as populações recebam cuidados adequados e inclusivos.
Desafios e expectativas a longo prazo
Embora a mudança para o teste de DNA-HPV represente um avanço significativo, existem desafios a serem superados.
Dados do Sistema de Informação do Câncer indicam que, entre 2021 e 2023, apenas três estados alcançaram uma cobertura de papanicolau próxima de 50% da população-alvo. A expectativa é que o novo exame, com sua maior eficácia e intervalo estendido, ajude a melhorar esses números.
O sucesso desta transição dependerá de uma implementação eficaz e de campanhas de conscientização para garantir que a população-alvo esteja informada no processo de rastreamento.
Com essas medidas, espera-se uma redução significativa na incidência de câncer do colo do útero no Brasil.