Nova ministra dos Direitos Humanos já foi secretária de educação duas vezes
A deputada estadual Macaé Maria Evaristo dos Santos, de 59 anos, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (9) para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. A nomeação acontece após a demissão de Silvio Almeida, que deixou o cargo na sexta-feira (6), após denúncias de assédio sexual.
Macaé Evaristo e carreira na educação
Macaé Evaristo, nascida em São Gonçalo do Pará, Minas Gerais, é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ela está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, eleita em 2022. Anteriormente, foi vereadora em Belo Horizonte em 2020.
Macaé já ocupou o cargo de secretária de Educação da capital mineira (2005-2012) e do estado de Minas Gerais (2015-2018).
Entre 2013 e 2014, foi responsável pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, durante o governo Dilma Rousseff. Ela tem formação em Serviço Social e é mestre e doutoranda em Educação, além de atuar como professora desde os 19 anos.
Processo de escolha
Lula se reuniu com Macaé Evaristo antes de definir seu nome para o ministério. O presidente confirmou a escolha por meio de uma publicação em suas redes sociais, afirmando que assinará a nomeação em breve.
“Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”, escreveu Lula em seu perfil oficial no Instagram.
Até a posse de Evaristo, a ministra da Gestão, Esther Dweck, atua como ministra interina, após a exoneração da secretária executiva Rita Cristina Oliveira, que pediu demissão em apoio a Almeida.
Havia expectativa de que Lula nomeasse uma mulher negra para o cargo, e, além de Evaristo, foram considerados os nomes de Nilma Lino Gomes, professora, e Soraia Mendes, advogada.
Silvio Almeida e denúncias de assédio
Silvio Almeida foi exonerado do Ministério dos Direitos Humanos pelo presidente Lula em meio a denúncias de assédio sexual. Segundo nota oficial, Lula considerou “insustentável a permanência do ministro no cargo” devido à gravidade das acusações.
Almeida afirmou ter solicitado a sua saída para permitir a investigação imparcial das denúncias e apoio às possíveis vítimas.
A organização Me Too Brasil confirmou que recebeu denúncias de assédio contra Almeida e prestou assistência psicológica e jurídica às vítimas.
O portal “Metrópoles” divulgou a notícia inicialmente, mencionando que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das vítimas. De acordo com a CNN, pelo menos quatro casos de assédio sexual e dez de assédio moral foram relatados ao Me Too.
Em resposta às denúncias, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que elas têm o intuito de prejudicá-lo. Ele entrou com uma ação na Justiça contra o Me Too Brasil, solicitando explicações sobre as denúncias.
Na sexta-feira (6), Lula reiterou que “quem pratica assédio” não permanecerá no governo, confirmando a demissão de Almeida.