Nova inteligência artificial pode bloquear o Bolsa Família

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, anunciou na última terça-feira (19) que o governo federal adotará Inteligência Artificial (IA) para realizar uma análise detalhada no programa Bolsa Família, garantindo que apenas aqueles que realmente se enquadrem nos critérios recebam o benefício.

Atualmente, segundo o ministro, cerca de 2% das famílias beneficiadas não atendem aos requisitos estabelecidos. O objetivo declarado é alcançar uma eficiência de 100%.

Durante o lançamento do plano anual da rede federal de fiscalização do Bolsa Família e Cadúnico, Wellington Dias mencionou a iniciativa. Criado em 2023, o grupo visa prevenir fraudes, melhorar o monitoramento dos programas e a qualidade das informações.

“A gente normalmente trabalhava com o CNIS, o cadastro do emprego, trabalhava com a renda declarada, as informações dos municípios, agora não, nós vamos ter mais de 1,3 pentabytes de informações em sistema de cruzamento e esse cruzamento com inteligência que permite alcançar ali informações precisas sobre quem é de alguma forma não está cumprindo a regra e está recebendo”, destacou.

O plano anual da rede federal de fiscalização inclui oito ações, como aprimoramento da base de dados e unificação do sistema de denúncias do Bolsa Família e Cadúnico.

Além disso, apresenta cinco diretrizes gerais:

• Não criminalização da pobreza;
• Melhoria do cruzamento de dados e ampliação das fontes;
• Implementação de ações estruturais de combate a fraudes, incluindo as cibernéticas;
• Fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nos níveis estadual e municipal;
• Promoção da transparência e comunicação com a sociedade.

Bolsa Família e fraudes

Dias também mencionou que houve um aumento nas fraudes em 2022, ano eleitoral, e que o governo está focado em prevenir esses problemas.

O plano ainda contempla a formação de dois grupos de trabalho: um para reduzir litígios, por meio de mediação e conciliação, e outro para propor a alocação de recursos federais no Cadúnico.

“Não esperar primeiro ter a fraude para depois descobrir. Nós queremos evitar antes do primeiro pagamento. Essa que é a eficiência que queremos alcançar no Cadastro Único e, ainda, em todos os sistemas de proteção social, proteção especializada, que tem no Brasil. […] Há uma rede federal de fiscalização do Bolsa Família e quem se atrever a fraudar vai pagar”, explicou o ministro na ocasião.