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Durante muitos anos, a Argentina foi vista como um dos destinos internacionais mais acessíveis para os brasileiros, combinando paisagens encantadoras, gastronomia renomada e um câmbio favorável. Esse cenário, porém, tem mudado rapidamente.

Com o avanço das políticas econômicas do presidente Javier Milei, visitar o país vizinho já não representa, necessariamente, economia no orçamento. A mudança de direção ficou evidente com o recente anúncio do governo argentino sobre o novo modelo cambial, que eliminou o antigo sistema de câmbio controlado — conhecido como “cepo” — e unificou as taxas.

A medida impacta diretamente os visitantes estrangeiros, sobretudo os brasileiros, que antes aproveitavam as vantagens do mercado paralelo de moedas, o popular “dólar blue”.

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Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: Marcos Brindicci/Getty Images)

Novo regime cambial altera perfil turístico do país

Com a unificação do câmbio, o peso argentino passou a flutuar em uma faixa entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar, sem intervenção do Banco Central. Segundo o governo, a taxa será ajustada gradualmente, a uma média de 1% ao mês. Essa alteração eliminou, na prática, a diferença vantajosa que os turistas encontravam no câmbio paralelo.

Especialistas afirmam que, antes, era possível conseguir uma taxa de câmbio muito mais favorável fora do mercado oficial, o que tornava as viagens à Argentina mais econômicas. Agora, com a diminuição dessa diferença, os preços ficaram mais altos para os visitantes.

Inflação em dólares e fim das promoções

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Mesmo com os esforços do governo Milei para combater a inflação, os preços internos continuam subindo, e o congelamento do dólar oficial causou um fenômeno conhecido como “inflação em dólares”. Ou seja, produtos e serviços estão mais caros mesmo para quem paga em moeda estrangeira.

Um exemplo emblemático é o Índice Big Mac, criado pela revista The Economist como forma informal de medir o poder de compra global. Na Argentina, o sanduíche custa hoje US$ 7,37, tornando-se o mais caro da América Latina e o segundo do mundo. Um ano antes, o mesmo produto custava metade desse valor. Dessa forma, a ideia de uma Argentina “barata” ficou para trás.

Cenário ainda instável para visitantes

A expectativa do governo é de que, com o apoio de um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, o país consiga estabilizar sua economia e recuperar a confiança de investidores e consumidores.

O ministro da Economia, Luis Caputo, aposta que a nova política monetária tornará o peso argentino mais estável e permitirá avanços futuros, como cortes de impostos. Entretanto, para os turistas brasileiros, o momento é de atenção redobrada neste momento.

Nova realidade para o turismo argentino

A combinação de câmbio unificado, inflação persistente e desaparecimento de vantagens cambiais obriga os turistas a recalcularem os custos das viagens à Argentina. Para muitos, destinos como Buenos Aires, Mendoza e Bariloche continuarão atrativos — mas não mais como sinônimo de economia.

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