Não contrate o saque-aniversário do FGTS antes de ler essa notícia
Desde sua criação, o saque-aniversário do FGTS tem ganhado espaço entre os trabalhadores brasileiros, oferecendo a chance de retirar parte do saldo do fundo todos os anos, no mês de nascimento.
Com a reforma nas regras em fevereiro de 2025, o modelo passou a incluir a possibilidade de resgate integral do FGTS em demissões sem justa causa — o que ampliou o interesse na adesão.
No entanto, especialistas vêm chamando atenção para os impactos negativos que essa escolha pode provocar, tanto na vida financeira do trabalhador quanto na sustentabilidade do fundo.
O que mudou com a nova regra do FGTS

Antes da atualização, optar pelo saque-aniversário significava abrir mão de sacar todo o saldo do FGTS em caso de demissão, mantendo-se apenas o direito à multa rescisória de 40%.
Agora, além do saque anual, quem for desligado sem justa causa também pode resgatar o montante total. Na prática, a mudança oferece mais liberdade de uso dos recursos, mas exige planejamento.
Segundo o governo federal, a medida busca atender a uma demanda dos trabalhadores por maior flexibilidade financeira, especialmente em tempos de incerteza econômica. No entanto, essa autonomia traz consigo o desafio de manter a saúde financeira pessoal em equilíbrio.
Como funciona o saque-aniversário
A adesão à modalidade deve ser feita via aplicativo do FGTS ou no site da Caixa Econômica Federal. O valor é liberado a partir do primeiro dia útil do mês de aniversário do trabalhador e fica disponível por dois meses. O cálculo do valor segue uma tabela progressiva, considerando o saldo acumulado nas contas ativas e inativas do fundo.
Apesar da praticidade, a adesão não é isenta de consequências. Especialistas alertam que, mesmo com a possibilidade de saque total em demissão, o uso recorrente desses recursos pode comprometer a segurança financeira no médio e longo prazo.
Cresce o uso do FGTS como linha de crédito
Outro ponto de atenção está na antecipação do saque-aniversário, prática que tem ganhado força entre os trabalhadores. Ao permitir a antecipação de até cinco parcelas futuras, essa alternativa tem sido vista como forma de acesso rápido ao crédito.
No entanto, ela reduz a liquidez futura do fundo e pode deixar o trabalhador desamparado em momentos de urgência, como o desemprego.
Em razão do aumento dessas operações, o Ministério da Fazenda discute limitar a quantidade de parcelas que podem ser antecipadas. A preocupação é que o esvaziamento do fundo comprometa o financiamento de programas habitacionais e sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, que depende do FGTS para se manter.
Avaliar antes de aderir é essencial
Apesar de parecer vantajosa, a adesão ao saque-aniversário precisa ser vista com cautela. O FGTS foi criado como uma reserva financeira estratégica para situações emergenciais, como o fim de um vínculo empregatício ou doenças graves. Usá-lo com frequência, ou antecipar valores como crédito, pode enfraquecer esse papel de proteção.
Especialistas recomendam que os trabalhadores avaliem suas condições de emprego, suas reservas de emergência e sua capacidade de lidar com imprevistos antes de optar pela modalidade.
O acesso facilitado ao dinheiro não deve vir acompanhado de comprometimento futuro ou insegurança em momentos decisivos da vida profissional.