Mulher é acusada de dar golpe no INSS e pegar 15 benefícios sociais indevidamente
A Polícia Federal deflagrou, na manhã da sexta-feira (4), a Operação Ficha Fantasma, com o objetivo de apurar irregularidades no Cadastro Único do Governo Federal.
As investigações indicam a inserção de informações falsas no sistema que concentra os dados de famílias em situação de vulnerabilidade social e serve de base para programas como o Bolsa Família, o BPC/LOAS e o Auxílio Gás.
A apuração teve início a partir de uma denúncia da Prefeitura de São Pedro da Aldeia (RJ), que identificou indícios de fraude cometida por uma ex-servidora municipal.
Segundo as autoridades, ela teria registrado 22 cadastros fictícios, todos em nome de idosos com mais de 80 anos e sem vínculos familiares — característica exigida para concessão do Benefício de Prestação Continuada ao idoso.
Dados manipulados e formulários inexistentes
A análise dos registros apontou diversas inconsistências, como ausência de formulários físicos, assinaturas suspeitas, preenchimento de documentos por uma única caligrafia e erros nos dados pessoais. Esses elementos reforçaram a hipótese de fraude com o intuito de obter recursos públicos indevidamente.
Com base nesses cadastros, foram concedidos 15 benefícios assistenciais, que mais tarde foram cancelados pelo INSS após a constatação do golpe.
A senha de acesso da funcionária pública ao sistema foi bloqueada e, em seguida, ela se afastou do cargo e pediu exoneração.
Mandados cumpridos e investigação em curso
Nesta fase da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no município de São Pedro da Aldeia, com autorização da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Os materiais apreendidos servirão para aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos no esquema.
A ex-servidora poderá ser responsabilizada pelo crime de inserção de dados falsos em sistema de informação, previsto no Código Penal. A investigação segue em andamento, sob coordenação da Polícia Federal.