Lula admite que pode disputar eleição mais uma vez em 2026

Durante evento nesta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou em aberto a possibilidade de concorrer novamente à Presidência da República em 2026, caso considere necessário para conter o avanço de figuras políticas que ele classificou como “disfarçadas” de moderadas, mas alinhadas com o que chamou de “radicalismo travestido”.

Em um discurso marcado por críticas contundentes ao atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula sugeriu que o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro tenta suavizar sua imagem política, apesar de manter proximidade com agendas conservadoras e ultraliberais.

“Está cheio de lobo usando pele de cordeiro”, diz Lula

Sem confirmar oficialmente sua candidatura, o presidente afirmou que sua decisão será tomada no “momento certo”, após conversas com aliados e análise do cenário político.

No entanto, ele ressaltou que, se for necessário impedir o retorno daqueles que ele considera prejudiciais à democracia, não hesitará em se apresentar como alternativa.

“Se for necessário, estarei candidato. Não para um projeto pessoal, mas para evitar que os radicais voltem ao poder”, declarou, em tom firme.

Segundo Lula, a possibilidade de enfrentar novamente as urnas dependerá não apenas de sua condição de saúde, que, segundo ele, está boa, mas da necessidade de defender o país de retrocessos.

Crítica direta a Tarcísio: “Não esconda o chapeuzinho do Trump”

Durante seu pronunciamento, o presidente mirou especificamente em Tarcísio de Freitas, apontado como possível presidenciável em 2026.

Para Lula, o governador tenta se apresentar como uma figura moderada, embora siga uma cartilha semelhante à de líderes como Donald Trump.

“Senhor Tarcísio, não tente esconder o seu chapeuzinho do Trump. Mostre quem você realmente é. O Brasil já teve sua dose de fantasia ideológica”, disparou.

A fala ocorre em meio a um momento em que o cenário eleitoral para 2026 começa a ganhar forma, com especulações sobre nomes da direita e da centro-direita buscando construir candidaturas competitivas.

Cenário ainda indefinido, mas com peças em movimento

Lula reforçou que ainda não é hora de antecipar decisões eleitorais, mas fez questão de frisar que não permitirá a volta de discursos extremistas à presidência.

“Tem muito partido para conversar, muita coisa para amadurecer. Mas os que destruíram esse país não vão voltar”, afirmou, em referência indireta ao governo Bolsonaro.

A declaração ocorre em um contexto em que o presidente também tem criticado as políticas internacionais adotadas por figuras como Donald Trump, especialmente em relação ao comércio global e ao papel do Brasil nos BRICS.

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