Jornalista defende bebês reborn e recebe críticas

Adriana Oliveira, repórter da TV Bahia, gerou repercussão na internet após se manifestar em apoio às mulheres que colecionam bonecas reborn — réplicas hiper-realistas de bebês — e questionar o preconceito direcionado a esse universo.

A jornalista fez uma publicação em seu perfil no Instagram nesta quarta-feira (21), criticando o julgamento que, segundo ela, recai com mais força sobre mulheres adultas do que sobre homens em práticas semelhantes.

“É um incômodo constante ver o quanto se naturaliza que homens adultos joguem videogame, enquanto mulheres com bonecas ainda enfrentam olhares atravessados”, escreveu Adriana no texto. Brincar é para todos, mas o olhar sobre as mulheres costuma ser enviesado: são vistas como carentes, instáveis, até mesmo desequilibradas.”

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No post, a repórter também mencionou que o segmento das bonecas reborn tem crescimento estimado de 8% ao ano e destacou que a prática pode ter função terapêutica, auxiliando pessoas com depressão, autismo, Alzheimer e paralisia cerebral.

Ela ainda contextualizou a origem desse tipo de boneca, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como uma forma de consolo para mães que perderam seus filhos.

“A palavra ‘reborn’ significa ‘renascido’. Hoje, é também uma forma de cuidado e vínculo emocional. Em vez de ironia, deveríamos olhar com mais empatia para essas experiências”, escreveu a jornalista, encerrando o texto com a frase: “Tolice é continuar acreditando no EU, sozinho, quando viver é NÓS.”

A publicação provocou reações divididas. Comentários elogiaram a iniciativa de Adriana, ressaltando a importância de combater estigmas sociais. “Adriana, você falou por muitas de nós. Obrigada por isso”, comentou uma seguidora. Outro perfil escreveu: “São só bonecas. Se fazem bem para alguém, qual o problema?”

Por outro lado, algumas pessoas demonstraram desconforto com certos comportamentos do nicho reborn, como levar as bonecas para consultas médicas ou tentar batizá-las. “Ter boneca tudo bem, mas levar para UPA é exagero”, comentou um internauta. Outro afirmou: “É esquisito, sim. Não dá para normalizar tudo.”

Mesmo diante das críticas, Adriana manteve seu posicionamento e reforçou a necessidade de se respeitar as múltiplas formas de afeto e expressão. Para ela, o foco deveria estar menos na estranheza e mais no que essas práticas representam em termos de acolhimento emocional e saúde mental.

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