Itaú lança nova modalidade de PIX e pega todo mundo de surpresa
Em um movimento que sinaliza mudanças relevantes na cobrança recorrente no Brasil, o Itaú Unibanco lançou uma funcionalidade de pagamento automático via Pix, saindo à frente da implementação oficial do Pix Automático, prevista para junho de 2025.
A iniciativa antecipa um novo padrão para transações frequentes entre consumidores e empresas, que hoje enfrentam limitações operacionais com o tradicional débito automático.
Solução piloto substitui convênios bancários

A proposta, ainda em fase de testes, tem como diferencial a centralização de cobranças em um único ambiente.
Com isso, o Itaú elimina a exigência de convênios separados com diferentes instituições financeiras — uma barreira que restringia o alcance dos pagamentos automatizados e gerava complexidade para empresas de diferentes segmentos.
A nova solução visa unificar e democratizar o modelo de cobrança recorrente, permitindo que companhias ofereçam essa facilidade diretamente por seus canais digitais.
A adesão do cliente acontece por meio do superapp do Itaú, com possibilidade de ativação também via QR Code na fatura, o que deve tornar o processo mais fluido e acessível.
Mudanças no cenário de pagamentos
A tradicional cobrança via débito automático dependia de integração entre o prestador de serviço e o banco do cliente. Se não houvesse convênio entre as partes, a transação não era viável.
Com a novidade, o Pix recorrente rompe essa barreira: a comunicação passa a ser feita dentro do ecossistema Pix, que conecta praticamente todas as instituições financeiras do país.
Além disso, a nova estrutura oferece mais controle ao consumidor, que poderá:
- Estabelecer limites de valor por cobrança;
- Receber alertas com pelo menos dois dias de antecedência;
- Ter até três tentativas de débito em caso de saldo insuficiente;
- Cancelar a autorização de forma padronizada e digital.
Benefícios para empresas e consumidores
Empresas que participam do piloto desde março deste ano — nos setores de educação, mobilidade urbana e serviços essenciais — já observam ganhos operacionais. Entre as principais vantagens estão:
- Redução de tempo com conciliação financeira: segundo dados do próprio Itaú, 64% das empresas gastam cerca de uma hora por dia com a checagem manual de pagamentos. Com o novo sistema, essa tarefa é automatizada;
- Melhor planejamento de caixa, com maior previsibilidade sobre entradas financeiras;
- Aumento da adimplência, que pode chegar a 30% em determinados setores, graças à facilidade de adesão e à automação do processo;
- Gestão unificada das cobranças, o que facilita o acompanhamento e reduz erros operacionais.
Setores que mais devem se beneficiar
O Pix recorrente tem potencial de impacto em áreas com pagamentos mensais regulares, como:
- Consumo doméstico: contas de luz, água, gás, internet e telefonia;
- Assinaturas e serviços: pedágios, clubes, plataformas de streaming;
- Educação: mensalidades escolares e universitárias;
- Bem-estar e habitação: academias, estacionamentos, condomínios e aluguel.
Integração via APIs
Para facilitar a transição e ampliar o uso do Pix recorrente, o Itaú está disponibilizando APIs personalizadas para integração direta com os sistemas das empresas. As APIs cobrem as etapas de:
- Autorização de cobrança;
- Agendamento e confirmação dos débitos;
- Conciliação automática.
Esse recurso deve acelerar a adesão de pequenos e médios negócios, além de reduzir custos operacionais com suporte e tecnologia.
O que muda com a chegada oficial do Pix Automático
A expectativa é de que, a partir de junho de 2025, o Banco Central abra o Pix Automático a todo o mercado, permitindo que qualquer pessoa — independentemente do banco — possa ativar pagamentos recorrentes padronizados.
A chegada do modelo oficial deve:
- Expandir o número de usuários com pagamentos automatizados;
- Diminuir a inadimplência provocada por esquecimentos;
- Melhorar a relação dos brasileiros com o planejamento financeiro, por meio de uma experiência mais transparente e segura.