INSS muda regra do crédito consignado e amplia prazo para pagamento

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou na última semana que o prazo de pagamento das parcelas foi ampliado de 84 para 96 meses (sete para oito anos). A partir de agora, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão um prazo maior para quitar seus empréstimos consignados.

Além dos aposentados e pensionistas, a mudança também abrange as famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Lupi destacou que, com essa alteração, o INSS alinhou o prazo do consignado ao modelo adotado pelos servidores públicos, o que resulta em parcelas mais baixas e, consequentemente, mais acessíveis.

Impacto para beneficiários e sistema financeiro

Quem tem LOAS BPC pode pegar emprestimo consignado pelo INSS

O ministro explicou que a ampliação do prazo visa reduzir o impacto das parcelas mensais, beneficiando diretamente os mais de 16 milhões de empréstimos consignados já existentes no INSS.

“Essa decisão foi tomada após a análise da quantidade de contratos e das dificuldades financeiras enfrentadas pelos beneficiários”, afirmou Lupi, ressaltando que a medida visa oferecer alívio aos tomadores de crédito.

A instrução normativa com a ampliação do prazo será publicada pelo INSS na quinta-feira (6). O aumento do período de pagamento abrange tanto os empréstimos consignados tradicionais, quanto os cartões de crédito consignado e os cartões de benefício.

Além disso, o ministro anunciou que, em qualquer uma das modalidades, o segurado poderá renovar o crédito, estendendo o prazo para pagamento por mais 12 meses.

Lupi ressaltou que as mudanças são vantajosas para o sistema financeiro, uma vez que o índice de inadimplência do crédito consignado no INSS é extremamente baixo, o que beneficia os bancos que oferecem esse serviço.

Ajuste no teto de juros

A alteração no prazo vem após uma decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que, no mês passado, aprovou o aumento do teto de juros para o crédito consignado no INSS.

As taxas passaram de 1,66% para 1,8% ao mês para empréstimos pessoais, enquanto o teto para os cartões de crédito consignado permanece em 2,46% ao mês.

O aumento do teto de juros está diretamente relacionado ao aumento da Taxa Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano. Com a alta dos juros básicos, os bancos reduziram a oferta de crédito consignado no INSS e pediram uma elevação no teto das taxas, que passou a ser de 1,99% ao mês.

O ministro evitou comentar se o teto continuará a subir, especialmente com a expectativa de uma nova alta da Selic em março. “Não há vínculo direto entre a decisão do Copom e o crédito consignado. Nosso índice de inadimplência é o mais baixo entre todas as modalidades de empréstimos”, afirmou Lupi.

Perspectivas para o crédito consignado

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirmou que a ampliação do prazo não altera a dinâmica prática do empréstimo, já que muitos beneficiários acabam renovando seus contratos antes de quitá-los, o que já ocorre com frequência.

“A prorrogação dos empréstimos não é uma novidade. O que mudamos agora é o prazo, permitindo que as parcelas sejam mais acessíveis, sem comprometer a sobrevivência do segurado”, explicou Stefanutto.

Como funciona o crédito consignado do INSS?

O crédito consignado do INSS é uma modalidade de empréstimo em que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento dos beneficiários.

Atualmente, aposentados, pensionistas e outros segurados podem comprometer até 45% do benefício com o empréstimo consignado, sendo 35% para empréstimo pessoal, 5% para o cartão de crédito consignado e 5% para o cartão de benefício.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é o responsável por definir as condições e o teto de juros do crédito consignado, composto por representantes do governo, dos aposentados e pensionistas, dos trabalhadores e dos empregadores.

A ampliação do prazo e a flexibilização das condições visam oferecer um respiro financeiro para aqueles que dependem do crédito consignado, ao mesmo tempo em que promovem uma gestão mais eficiente do sistema financeiro.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.