Ilha gigantesca submersa é descoberta e deixa cientistas animados
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) trouxe à tona uma fascinante descoberta sobre a história geológica do Atlântico Sul. A Elevação do Rio Grande (ERG), uma vasta formação submersa localizada a 1.200 quilômetros da costa sudeste do Brasil, já foi, milhões de anos atrás, uma ilha tropical coberta de vegetação, cercada por recifes e marcada por um clima quente.
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O que é a Elevação do Rio Grande?
A Elevação do Rio Grande é uma impressionante cadeia de montanhas e cânions submersos no Atlântico Sul. Embora atualmente esteja completamente abaixo d’água, repousando em um leito marinho a 5 mil metros de profundidade, as partes mais altas dessa formação atingem altitudes que superam 4 mil metros em relação ao fundo do oceano. Para efeito de comparação, essas elevações seriam mais altas que o Pico da Neblina, a montanha mais alta do Brasil, com 2.995 metros.
O passado tropical da ERG
De acordo com o estudo, entre 50 e 40 milhões de anos atrás, durante o período Eoceno, as partes mais altas da Elevação do Rio Grande estavam acima da superfície do mar, formando uma ilha vulcânica. Nesse cenário, o clima tropical favoreceu a presença de florestas densas e a formação de recifes ao redor da ilha.
Os pesquisadores acreditam que, com o passar dos milênios, essa paisagem exuberante foi gradualmente transformada. A erosão causada por chuva, vento e ondas, combinada a sucessivos episódios de atividade vulcânica, resultou na atual configuração da Elevação do Rio Grande. O que antes era uma ilha foi recoberto por fluxos de lava, criando camadas de basalto preto (rocha vulcânica) e depósitos de argila vermelha petrificada, hoje visíveis no fundo do mar.
Importância científica da descoberta
A pesquisa sobre a Elevação do Rio Grande não apenas lança luz sobre o passado geológico da região, mas também abre caminhos para estudos relacionados à evolução dos ecossistemas tropicais antigos e à dinâmica das placas tectônicas. Além disso, os dados obtidos podem contribuir para um melhor entendimento da interação entre processos vulcânicos e erosivos em formações insulares.
A descoberta destaca o quanto o fundo do mar guarda evidências preciosas de transformações ocorridas ao longo de milhões de anos, muitas vezes ocultando histórias que mudaram significativamente o panorama terrestre.
Futuras investigações
Os cientistas planejam realizar expedições para coletar mais amostras e obter dados detalhados sobre a composição geológica da Elevação do Rio Grande. Essas informações podem ajudar a reconstruir com maior precisão o ambiente que existiu na região durante o Eoceno e a compreender melhor os processos que levaram à submersão dessa formação.