Idosos que tomam remédios recebem a pior notícia do ano
A partir do sábado (30), os preços dos medicamentos podem aumentar em até 4,5%, de acordo com o limite estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável pela supervisão do mercado farmacêutico nacional.
Este percentual representa o menor teto de reajuste desde 2020, quando o limite máximo autorizado foi de 5,6%.
Embora o reajuste tenha sido autorizado a partir de domingo (31), não ocorre automaticamente. No entanto, é esperado que, a partir do dia 1º, os ajustes de preço ocorram gradualmente, atingindo o limite máximo permitido.
Indústria afirma que concorrência regula preços
O Sindusfarma, representante da indústria farmacêutica, enfatizou que os reajustes não são automáticos devido à intensa concorrência entre as empresas do setor, o que regula os preços.
“Medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, diz uma nota divulgada pela entidade.
Em 2024, o limite máximo de 4,5% equivale exatamente à variação acumulada em 12 meses do IPCA, o índice oficial de inflação calculado pelo IBGE, mas supera as expectativas. Os analistas preveem que o IPCA aumentará 3,75% este ano.
No entanto, os reajustes autorizados pela CMED têm se mantido abaixo da inflação média ao consumidor, conforme indicado pelo Sindusfarma.
Dentro de uma década (2014 a 2024), os reajustes autorizados pelo governo acumularam um aumento de 72,7%, abaixo da variação acumulada registrada pelo IPCA, que foi de 77,5% no mesmo período.
Aumento no Rio
No Estado do Rio de Janeiro, o impacto nos bolsos dos consumidores pode ser ainda maior devido ao aumento da alíquota do ICMS de 18% para 20%, ocorrido no dia 20 de março.
Com a inclusão da taxa do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECP), a alíquota total chega a 22%, a mais alta do país. Este aumento também deverá ser repassado aos consumidores finais.