IBGE revela que 60% das empresas brasileiras fecham em cinco anos

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que cerca de seis a cada dez empresas abertas no Brasil encerram suas atividades em menos de cinco anos.

O dado integra a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, que analisou o cenário empresarial do país, destacando tanto os desafios de sobrevivência quanto o papel das empresas de alto crescimento na economia.

Taxa de sobrevivência

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A pesquisa apontou que, das empresas abertas em 2017, apenas 37,9% estavam ativas em 2022. O índice de sobrevivência foi decrescente ao longo dos anos: 76,2% das empresas estavam operando no primeiro ano, mas esse número caiu para 59,6% no segundo, 49,4% no terceiro, 42,3% no quarto e 37,9% no quinto ano.

A região Sudeste apresentou os melhores índices de sobrevivência, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste registraram as menores taxas. Empresas de pequeno porte foram as mais afetadas, enfrentando barreiras como dificuldades de gestão, alta competitividade e restrições financeiras.

Cenário de nascimento e mortalidade

Em 2022, o Brasil registrou 405,6 mil novas empresas empregadoras, representando uma taxa de nascimento de 15,3%. A maior parte dessas novas empresas atuava nos setores de Comércio (39,4%) e Reparação de veículos automotores e motocicletas (9,9%).

Por outro lado, o mesmo setor de Comércio liderou as falências, refletindo a instabilidade e a forte competitividade. Entre 2020 e 2022, mais de 210 mil empresas empregadoras encerraram suas atividades, majoritariamente de pequeno porte.

Empresas de alto crescimento

Em contraste, as chamadas empresas de alto crescimento – aquelas que aumentam sua força de trabalho em pelo menos 10% ao ano por três anos consecutivos – apresentaram melhor desempenho. Em 2022, o Brasil possuía 70.032 empresas nessa categoria, que foram responsáveis por 4 milhões de novos postos de trabalho entre 2019 e 2022.

Essas empresas, embora representem apenas 13,8% do total de empresas no país, geraram 24,3% da receita líquida e 23,4% do valor adicionado bruto da economia.

Entre elas, 6.623 eram classificadas como empresas jovens (com até cinco anos de atividade), que se destacaram por pagar salários acima da média e criar 409,5 mil empregos no período.

Impactos regionais e econômicos

A região Sudeste concentra a maior parte das empresas de alto crescimento, refletindo a predominância de negócios de maior porte na área. No entanto, mesmo essas empresas enfrentam desafios, com produtividade média 16,7% inferior à de empresas similares.

O estudo também destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas por pequenas e médias empresas, as de alto crescimento se consolidam como um motor essencial para a geração de empregos e para o desenvolvimento econômico nacional.

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