Governo toma medida para reduzir filas de espera no SUS
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, deu início ao primeiro mutirão de exames e cirurgias de 2024. A iniciativa, realizada no sábado (15), contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e tem como foco acelerar o atendimento de mulheres e pacientes oncológicos, diminuindo a fila para diagnósticos e procedimentos eletivos.
Durante o evento, foram realizados 339 atendimentos, incluindo 88 cirurgias em diversas especialidades, como ginecologia, ortopedia e pediatria.
Além disso, foram feitos 251 exames, abrangendo mamografias, bópsias de mama e eletrocardiogramas. A proposta visa otimizar o fluxo de atendimento e garantir um diagnóstico mais ágil para os pacientes.
Ampliação do atendimento

Em discurso, o ministro Padilha destacou que o GHC passará a operar em três turnos durante a semana, funcionando até 1h da manhã, e também aos sábados. Segundo ele, a medida busca beneficiar pacientes que encontram dificuldades para comparecer ao hospital durante o horário comercial devido ao trabalho ou compromissos familiares.
A ação faz parte de um novo modelo de cuidado adotado pelo Ministério da Saúde, que prioriza especialidades de alta demanda, como cardiologia, oncologia e oftalmologia.
O formato permite que exames e consultas sejam realizados de forma integrada, reduzindo significativamente o tempo entre a suspeita e a confirmação de doenças.
Dados do GHC indicam que essa estratégia já possibilitou uma queda de 50 dias no tempo médio entre a suspeita e o diagnóstico de câncer.
Entre as mulheres atendidas, a redução foi ainda mais expressiva: no câncer de colo do útero, o intervalo caiu de 72 para 22 dias, e no câncer de mama, de 28 para 18 dias. Na urologia, a espera passou de 48 para 17,5 dias.
Expansão da infraestrutura hospitalar
Como parte dos investimentos em saúde na região, o GHC inaugurou o serviço de radioterapia do Centro de Oncologia e Hemoterapia. Com um acelerador linear adquirido pelo Ministério da Saúde, o equipamento permitirá tratar cerca de 700 pacientes por ano, evitando que precisem se deslocar para outras cidades.
O ministro Padilha ressaltou que antes da abertura do serviço, muitos pacientes diagnosticados no GHC precisavam buscar atendimento em outros hospitais para iniciar a radioterapia, o que prolongava o tempo de espera e impactava a continuidade do tratamento. Com a nova estrutura, a previsão é garantir maior eficiência na oferta de cuidados oncológicos.
Novas obras e ampliações
O GHC também está em processo de modernização, com a reforma do ambulatório do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), prevista para este mês. A melhoria permitirá a realização de mais de 10 mil consultas mensais.
Outra obra em andamento é a construção do Centro de Pacientes Críticos e Cirúrgicos (CAPCC), que ampliará a capacidade cirúrgica do HNSC de 16 para 20 salas operatórias. Além disso, está prevista a construção de um novo bloco cirúrgico e de um Centro de Materiais Estéreis (CME), otimizando a realização de procedimentos.
Outra iniciativa é o lançamento do edital para a construção do novo Centro de Diagnóstico e Terapia (CDT), investimento de R$ 250 milhões dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O prédio de nove andares concentrará exames e procedimentos terapêuticos, elevando a capacidade para mais de 600 mil exames anuais, incluindo ressonâncias magnéticas, tomografias e endoscopias.
Distribuição das cirurgias no mutirão
Os procedimentos realizados no sábado (15) foram distribuídos entre os hospitais do GHC:
- Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC): 40 cirurgias eletivas, com 10 salas operatórias.
- Hospital Cristo Redentor (HCR): 20 cirurgias em Cirurgia Geral e Ortopedia/Traumatologia.
- Hospital Fêmina (HF): 18 cirurgias ginecológicas.
- Hospital Criança Conceição (HCC): 10 cirurgias de orquidopexia.
- Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT): 251 exames e procedimentos diagnósticos.
As iniciativas fazem parte do compromisso do governo federal com a reestruturação do SUS e a melhoria do acesso à saúde na região sul do país.
Com informações do Ministério da Saúde.