Governo lança nova medida para aposentados recuperarem dinheiro perdido do INSS
Em resposta a denúncias de descontos irregulares em benefícios previdenciários, o governo federal vai promover uma busca ativa para localizar aposentados e pensionistas que tenham sido prejudicados por cobranças associativas não autorizadas no contracheque.
A ação será conduzida pelo Ministério da Previdência Social e inclui estratégias para alcançar beneficiários em áreas remotas ou com dificuldades de locomoção.
Segundo o ministro Wolney Queiroz, o atendimento não se limitará aos canais digitais ou presenciais já existentes.
“Queremos garantir que mesmo aqueles que não conseguem sair de casa ou que vivem em locais de difícil acesso também sejam atendidos”, afirmou, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta quinta-feira (29).
A fase inicial prevê o envio de comunicações por meios oficiais, como o aplicativo e site Meu INSS, o telefone 135 e agências dos Correios, que passaram a contar com servidores treinados para orientar os segurados.
Caso não haja retorno desses contatos, será iniciada a fase de visita domiciliar por meio de programas como o PrevBarco, voltado a comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas, e o PrevMóvel, que atua em locais sem agência fixa.
Prevenção contra novos golpes
A equipe do Ministério da Previdência alerta para o risco de criminosos tentarem se aproveitar da operação. “O INSS não entra em contato por telefone, e-mail ou WhatsApp”, reforçou Queiroz. “Qualquer abordagem fora dos canais oficiais deve ser considerada suspeita.”
A orientação é que os beneficiários consultem exclusivamente os canais digitais do INSS ou liguem para a central de atendimento antes de fornecer qualquer dado pessoal.
Entidades sob investigação
O ministro também detalhou que muitas das entidades envolvidas nas fraudes operavam como falsas associações. “São organizações sem sede, sem patrimônio declarado e com recursos ocultos”, explicou.
As investigações apontam que o esquema começou a se estruturar em 2019 e se consolidou devido à omissão de gestões anteriores.
Um caso emblemático envolveu um servidor público do Distrito Federal, que procurou a Polícia Federal após perceber descontos não autorizados em seu benefício. Apesar disso, o inquérito foi arquivado e as ações fraudulentas continuaram.
Foco na retomada da confiança
O combate às fraudes se soma a outro desafio da atual gestão: a redução das filas para atendimento no INSS.
Atualmente, o tempo médio de espera para agendamentos está em torno de 45 dias, um aumento em relação à média anterior de 39 dias, impulsionado pelas recentes denúncias. “Nossa meta é zerar essa fila e restaurar a confiança no sistema previdenciário”, concluiu Queiroz.
