Governo já bloqueou poupança e congelou salários de brasileiros; entenda

Em março de 1990, o Brasil vivenciou um dos momentos mais marcantes de sua história econômica com o anúncio do Plano Collor. 

Sob a liderança do recém-empossado presidente Fernando Collor de Mello, o plano visava conter a inflação galopante que assolava o país. No entanto, as medidas adotadas, especialmente o bloqueio das cadernetas de poupança, geraram um impacto profundo e duradouro na vida dos brasileiros.

Fernando Collor de Mello
Fernando Collor – Foto: GP1

A decisão de confiscar cerca de 80% dos depósitos bancários foi um choque para a população, que viu suas economias congeladas por 18 meses. Essa medida foi parte de um pacote econômico que também incluía a troca da moeda e o congelamento de preços e salários.

Quais foram as principais medidas do Plano Collor?

O Plano Collor, oficialmente denominado Brasil Novo, introduziu uma série de medidas com o objetivo de estabilizar a economia. 

Entre as ações mais significativas estavam a troca da moeda de cruzado novo para cruzeiro, a criação de um imposto sobre operações financeiras e o aumento das tarifas de serviços públicos. Além disso, o plano previu a extinção de 24 empresas estatais e a demissão de milhares de funcionários públicos.

No entanto, a medida mais controversa foi o bloqueio das cadernetas de poupança e outras aplicações financeiras. Estima-se que o governo tenha retido o equivalente a cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da época. 

Essa ação foi justificada como necessária para combater a inflação, mas gerou um trauma econômico e social profundo.

Como o Plano Collor afetou a população brasileira?

O impacto do Plano Collor na população foi devastador. Milhões de brasileiros viram seus sonhos interrompidos, com economias bloqueadas e negócios desfeitos. 

No comércio, a falta de dinheiro circulante levou ao fechamento de lojas e à mudança nos hábitos de consumo. Muitos empresários enfrentaram falências e demissões em massa, enquanto cidadãos comuns lutavam para ajustar suas finanças pessoais.

O bloqueio das poupanças não apenas afetou a economia, mas também abalou a confiança da população no sistema financeiro. Para muitos, o dinheiro retido representava a esperança de um futuro melhor, seja para a educação dos filhos ou para a aposentadoria.

Embora o Plano Collor tenha inicialmente reduzido a inflação, seus efeitos foram de curta duração. A inflação voltou a subir poucos meses depois, e a popularidade do plano despencou. 

A insatisfação com as medidas econômicas contribuiu para o desgaste do governo Collor, que culminou em um processo de impeachment em 1992.

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