Governo brasileiro quer copiar modelo americano para melhorar a economia

A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, desempenha um papel fundamental na política monetária do país. 

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu elevar a Selic para 14,25% ao ano, uma medida destinada a conter a inflação crescente. No entanto, essa decisão tem gerado debates sobre seus efeitos na economia, especialmente em relação ao custo do capital e ao impacto nas contas públicas.

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, sugeriu que o BC desconsidere a inflação de alimentos e energia ao definir a Selic. 

Segundo ele, esses itens são influenciados por fatores externos, como eventos climáticos e tensões geopolíticas, que não estão diretamente relacionados à política monetária.

Qual é o papel da Selic no controle da inflação?

A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Quando a taxa é elevada, o objetivo é conter a demanda aquecida, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança. 

Isso, por sua vez, pode ajudar a reduzir a pressão sobre os preços. No entanto, essa estratégia também pode ter efeitos colaterais, como a desaceleração do crescimento econômico e o aumento do custo da dívida pública.

Em fevereiro, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou um aumento significativo, impulsionado principalmente pela alta nos preços da energia elétrica. 

Esse cenário levou o Copom a aumentar a Selic, mas a decisão foi acompanhada de críticas devido ao impacto potencial nas contas públicas e na economia como um todo.

Por que desconsiderar alimentos e energia na Selic?

Alckmin argumenta que a exclusão dos preços de alimentos e energia do cálculo da Selic poderia ser uma medida inteligente, semelhante à prática adotada pelo Banco Central dos Estados Unidos (Fed). 

Ele destaca que os aumentos nos preços desses itens são frequentemente impulsionados por fatores temporários e externos, como secas severas ou flutuações nos preços internacionais do petróleo, que não podem ser controlados pela política de juros.

Além disso, o ministro ressalta que uma taxa de juros elevada pode prejudicar a economia ao encarecer o custo do capital. Isso pode desencorajar investimentos e limitar o crescimento econômico, especialmente em um cenário onde a inflação é impulsionada por choques de oferta, em vez de uma demanda aquecida.

Quais são as perspectivas para a política monetária?

O Copom indicou que poderá elevar a Selic em menor magnitude nas próximas reuniões, mas não forneceu detalhes sobre os passos futuros. 

Embora a Selic seja uma ferramenta poderosa para controlar a inflação, é importante considerar os efeitos colaterais de suas alterações. 

O equilíbrio entre conter a inflação e estimular o crescimento econômico é um desafio constante para o Banco Central, especialmente em um ambiente global volátil.

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