Golfinhos estão entrando em extinção nesta região
Na Enseada do Mucuripe, em Fortaleza, o boto-cinza (Sotalia guianensis) atrai a atenção ao ser avistado na água. Embora presente em todo o litoral cearense, a espécie é considerada “em perigo” de extinção no estado, necessitando de medidas de preservação, incluindo manter uma distância segura durante as observações.
A reabertura da Ponte dos Ingleses, que possui uma torre de observação para o mar, facilita a visualização desses golfinhos.
Durante uma visita recente, uma equipe do Diário do Nordeste observou os animais, assim como um grupo de pesquisadores da ONG Aquasis na década de 1990.
Observações e preservação do Boto-cinza
O boto-cinza tem uma expectativa de vida de cerca de 30 anos e geralmente permanece na mesma região para se alimentar e se reproduzir.
Estima-se que cerca de 60 indivíduos vivam na Enseada do Mucuripe, onde as melhores chances de observação ocorrem entre 5h e 7h ou entre 8h e 10h da manhã.
Estudo realizado por Maria Vitória Rocha Alves, bióloga, e o professor Vicente Vieira Faria, ambos da Universidade Federal do Ceará (UFC), listou locais em Fortaleza onde os golfinhos são mais facilmente avistados, como Beira Mar, Praia de Iracema e Píer do Marina Park Hotel.
Em cinco pontos analisados, os golfinhos não foram avistados na Praia do Náutico, e no Porto do Mucuripe o acesso é restrito.
Além do boto-cinza, outras espécies de golfinhos também habitam o litoral do Ceará, mas essa é a mais comumente vista em águas rasas. Os adultos podem chegar a até dois metros de comprimento e se alimentam principalmente de peixes locais.
Ameaças e ações de Conservação
O boto-cinza é classificado como “vulnerável” no Brasil pela Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção. No Ceará, a espécie é considerada “em perigo” de extinção, de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança Climática (Sema).
Entre as principais ameaças estão a perda de habitat devido à urbanização, atividades turísticas e industriais, além do lançamento irregular de esgoto e resíduos sólidos no mar.
Para reduzir os riscos às populações de botos-cinza, a Aquasis recomenda:
- Respeitar o habitat natural: Manter uma distância segura dos animais.
- Minimizar a poluição sonora: Usar motores de barcos silenciosos e reduzir a velocidade perto dos golfinhos.
- Não alimentar os animais: Evitar alterar seus padrões de caça e causar dependência.
- Evitar a poluição: Não jogar lixo no mar.
- Apoiar programas de conservação: Participar de iniciativas de preservação, como voluntariado e doações.
- Respeitar os pesquisadores: Seguir orientações em campo e relatar avistamentos ou comportamentos incomuns.
A Aquasis disponibiliza o número (85) 9 9800-0109 para contato sobre avistamentos ou questões relacionadas à preservação da espécie.