Fruta deliciosa pode transformar a saúde muscular após os 60 anos

Uma nova pesquisa científica sugere que o consumo regular de uvas pode contribuir para a manutenção da força muscular em idade avançada.

O estudo, publicado na revista Foods, aponta que a ingestão contínua da fruta ajudou a reduzir processos inflamatórios e promoveu equilíbrio na atividade genética entre camundongos machos e fêmeas, especialmente em áreas associadas à degeneração muscular e obesidade.

O experimento foi conduzido nos Estados Unidos, utilizando roedores da linhagem C57BL/6J alimentados com uma dieta suplementada por 5% de pó de uva liofilizada, o que corresponderia a aproximadamente duas porções diárias da fruta para seres humanos, cerca de 252 gramas.

Os animais foram acompanhados desde a juventude até a velhice, e os resultados mostraram que, embora não houvesse alterações visíveis na massa muscular, ocorreram mudanças significativas na expressão genética do tecido muscular esquelético.

Sarcopenia e o impacto da dieta

A sarcopenia, condição que provoca a perda progressiva de massa e força muscular com o envelhecimento, afeta cerca de 10% a 16% da população idosa mundial.

O problema está associado a quedas, redução da mobilidade e aumento do risco de doenças como artrite, câncer e insuficiência cardíaca. O tratamento tradicional envolve exercícios físicos regulares e dieta rica em proteínas.

O diferencial deste estudo está no uso da fruta integral, em vez de compostos isolados como o resveratrol, substância já conhecida por suas propriedades antioxidantes.

Segundo os autores, avaliar a sinergia entre os diversos fitoquímicos presentes na uva permitiu uma compreensão mais realista dos potenciais efeitos nutricionais.

Redução das diferenças entre sexos

Utilizando ferramentas de bioinformática, os pesquisadores constataram que os grupos alimentados com uva apresentaram menor disparidade na ativação de genes musculares entre machos e fêmeas. Em vias metabólicas específicas, por exemplo, a diferença entre os sexos caiu de 20 para apenas três.

Apesar dos resultados promissores, os autores alertam que ainda são necessários ensaios clínicos em humanos para confirmar se os efeitos observados em roedores se repetem na população idosa.

Estudos anteriores já indicaram que a uva influencia o microbioma intestinal e a expressão genética em pessoas, mas a relação direta com a função muscular ainda precisa ser comprovada.

Ainda assim, o trabalho reforça a hipótese de que incluir uvas na alimentação cotidiana pode ser uma estratégia natural para retardar os efeitos do envelhecimento muscular e promover qualidade de vida na terceira idade.

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