Fim do uso de Inteligência Artificial? Veja o que está em jogo
O Fórum de Lisboa, em seu segundo dia, foi palco de intensas discussões a respeito do futuro da inteligência artificial (IA) e a necessidade de uma nova legislação. O aumento do uso de IA em diversos setores, incluindo saúde e mídia, destaca a urgência de uma regulamentação adequada. Especialistas, políticos e acadêmicos compartilharam suas perspectivas sobre como moldar essas novas regras.
Durante o evento, o destaque foi o senador Eduardo Gomes, que é o relator do Projeto de Lei nº 2.338/2023. Ele adiantou que o projeto já está pronto para ser votado e será levado à discussão no Senado imediatamente antes do recesso parlamentar. A urgência da regulamentação se torna evidente à medida que a IA se torna cada vez mais integrada em nossa vida diária.
O que esperar da regulamentação da IA
O painel destacado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, ocorreu no último painel do dia e trouxe à tona uma reflexão essencial sobre os objetivos da regulamentação. Barroso enfatizou que, além de garantir benefícios, é preciso que a IA também promova justiça e dignidade humana. Este enfoque sugere que a regulamentação precisa ser robusta e contemplar os aspectos éticos envolvidos no uso de IA.
Eduardo Gomes, por sua vez, realçou a relevância da justiça trabalhista frente às transformações nas relações de trabalho propiciadas pela IA. Ele manifestou preocupação quanto às novas dinâmicas de emprego e como isso implicará mudanças substantivas. Segundo Gomes, “as relações de trabalho no mundo estão mudando”, o que demanda uma atenção imediata do sistema legal e laboral do país.
Globalização e IA
O colunista e escritor Thomas Friedman participou de um painel especial sobre globalização e novas conjunturas geopolíticas, chamando a atenção para como a tecnologia e a IA estão redefinindo as interações globais. Ele trouxe uma visão de que estamos em uma era “Prometeus”, um ponto de virada onde inovações fundamentais reformulam o tecido da sociedade.
Friedman enfatizou que a revolução tecnológica está forçando uma reconfiguração das práticas globais em todos os âmbitos, desde Governança até a definição de estratégias de combate à criminalidade e aos conflitos. A sua mensagem final foi clara: “Ou nos erguemos juntos, ou caímos juntos”, sublinhando a inevitabilidade da cooperação internacional nesta nova era.