Fãs de café estão decepcionados com mudança no valor para ano que vem
As principais marcas de café no Brasil anunciaram reajustes nos preços que começarão a ser aplicados entre o final de 2024 e o início de 2025. O aumento está relacionado à valorização histórica do grão no mercado global, causada por fatores climáticos que impactaram a produção.
O grupo 3corações, líder no mercado brasileiro, informou aos seus revendedores que o café torrado, moído e em grãos terá alta de 20% a partir de dezembro. Em 1º de janeiro de 2025, um novo reajuste de 21% será aplicado.
Outros produtos também serão afetados: em dezembro, o café solúvel sofrerá aumento de 10%, enquanto em janeiro, cápsulas, cappuccinos e novas linhas de solúveis terão reajuste de 11%.
Em nota aos seus clientes, o grupo justificou os aumentos citando as oscilações nos preços do café devido a adversidades climáticas recentes. Segundo a empresa, as secas prolongadas nas principais regiões produtoras têm pressionado os custos do café verde, principal matéria-prima da cadeia produtiva.
A empresa ressaltou que os ajustes serão feitos de forma “gradual e responsável” para mitigar os impactos ao consumidor e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Vice-líder do mercado também anuncia aumentos
A Jacobs Douwe Egberts (JDE), segunda maior empresa do setor no Brasil e proprietária das marcas Pilão, L’Or e Maratá, também prevê um reajuste médio de 30% a partir de janeiro de 2025. Em comunicado enviado aos seus revendedores, a JDE informou que os percentuais específicos para cada produto, marca e região serão detalhados antes da implementação.
Embora tenha confirmado os aumentos, a JDE declarou que, por questões regulatórias, não divulga informações detalhadas sobre preços ou estratégias de vendas. A empresa destacou que as altas são motivadas pelas elevações no custo da matéria-prima.
Mercado global e impacto climático
Os recentes aumentos no preço do café são reflexo direto de um cenário global desafiador. Na última semana, a cotação do café arábica ultrapassou US$ 3,44 por libra-peso, um aumento superior a 80% em 2024.
A expectativa de uma safra menor no próximo ano e as adversidades climáticas enfrentadas por grandes produtores, como o Brasil, intensificaram a volatilidade no mercado.
As condições climáticas adversas, como secas prolongadas, reduziram a oferta, gerando preocupações entre produtores e investidores. Enquanto isso, as indústrias têm absorvido parte dos custos, retardando o repasse integral das altas ao consumidor.
A movimentação das empresas no Brasil evidencia o impacto global dessas condições, com reflexos diretos nos preços ao consumidor final.