Experimento feito em Harvard revela como acabar com o Alzheimer
Um estudo recente conduzido por especialistas da Universidade de Harvard está chamando a atenção da comunidade científica ao apontar que é possível reverter parte dos efeitos do Alzheimer por meio de intervenções no estilo de vida.
Os achados foram publicados na revista científica Alzheimer’s Research & Therapy e se baseiam no acompanhamento de 50 voluntários diagnosticados com a doença.
Durante o período de 20 semanas, os participantes adotaram um conjunto de práticas voltadas para a melhoria da saúde integral, que incluíam dieta vegana personalizada, rotina de exercícios físicos e apoio psicológico em grupo.
Os dados apontam melhora cognitiva em alguns casos, especialmente na função da memória — resultado que surpreendeu até os pesquisadores envolvidos.

Intervenções adotadas durante o experimento
O protocolo aplicado exigiu que os participantes seguissem uma dieta estritamente vegana, com refeições entregues diariamente em suas residências. Além disso, passaram a consumir suplementos vitamínicos com potencial efeito positivo na saúde cerebral.
A parte física incluiu atividades aeróbicas diárias de 30 minutos e sessões de musculação três vezes por semana.
Além das mudanças corporais, os voluntários e seus cônjuges participaram de encontros terapêuticos em grupo, conduzidos por profissionais de saúde mental, com frequência de três vezes por semana.
O objetivo foi combinar suporte emocional com estímulos físicos e nutricionais para verificar os efeitos integrados na progressão da doença.
Resultados geram cautela entre especialistas
Apesar dos dados encorajadores, o estudo tem sido analisado com reserva por outras frentes acadêmicas. Uma crítica recorrente é o tamanho reduzido da amostra, o que limita a validação estatística dos resultados.
Outra limitação é a dificuldade em identificar qual das intervenções gerou o maior impacto, uma vez que todas foram implementadas simultaneamente.
Estudos anteriores, como o publicado em junho de 2024, já haviam sugerido que hábitos saudáveis contribuem para a prevenção do Alzheimer, mas sem comprovação de reversão de sintomas.
A novidade do estudo de Harvard está justamente na possibilidade de melhora cognitiva em curto prazo, algo até então pouco explorado pela ciência.
Declarações e próximos passos
Rudolph Tanzi, pesquisador sênior responsável pelo projeto, afirmou que os resultados foram além das expectativas: “Observar avanços nos testes cognitivos com apenas 20 semanas de mudança de rotina é algo que realmente nos surpreendeu”.
Tanzi reforça, no entanto, que novas pesquisas com grupos maiores e metodologia segmentada são necessárias antes de generalizar as conclusões.
Mesmo com as limitações, o estudo reabre o debate sobre o papel do estilo de vida na evolução de doenças neurodegenerativas.
Para pacientes e familiares, os resultados oferecem uma nova linha de esperança, baseada em estratégias acessíveis e não farmacológicas, que poderão ser testadas mais amplamente nos próximos anos.