Ex-cientista da Nasa investiga se a realidade pode ser uma simulação
Uma equipe de cientistas, incluindo Farbod Khoshnoud da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, em Pomona (CalPoly), está na vanguarda de uma teoria controversa: a ideia de que o universo poderia funcionar como um videogame, gerando uma realidade “sob demanda” para observadores conscientes.
A teoria é baseada numa interpretação não convencional da mecânica quântica, especificamente no famoso experimento da dupla fenda. Este experimento mostra que a observação pode afetar o comportamento das partículas subatômicas, um fenômeno que desafia o entendimento convencional da realidade.
No experimento da dupla fenda, quando a luz é disparada através de duas fendas, um padrão de interferência é observado, indicando que a luz age como uma onda. No entanto, ao observar essa luz com detectores, o padrão desaparece, sugerindo que a própria observação altera o comportamento das partículas.
Tom Campbell, um dos cientistas envolvidos, sugere que esse fenômeno pode indicar que a realidade só é “renderizada” no momento da observação, semelhante à forma como um videogame só gera as partes do mundo virtual que o jogador está vendo.
O que são os experimentos da dupla fenda?
Para testar essa teoria, a equipe desenvolveu uma série de experimentos, descritos em seu artigo “On testing the simulation theory”, publicado em 2017 no The International Journal of Quantum Foundations. Esses experimentos são variações do famoso experimento da dupla fenda.
Entre as estratégias propostas estão:
- Testar o momento da renderização.
- Explorar requisitos conflitantes de preservação de consistência lógica e prevenção de detecção.
Um experimento simples envolve armazenar dados sobre a trajetória das partículas em pendrives separados e, em seguida, destruir aleatoriamente alguns deles antes que alguém veja os resultados.
Segundo Campbell, sua teoria difere da “simulação ancestral” proposta pelo filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford. Campbell considera a consciência como um elemento essencial da realidade, ao invés de um mero produto da simulação.