Estudo sugere ligação com impactos de asteroides em estrelas de nêutrons
As rajadas rápidas de rádio (FRBs), fenômeno observado pela primeira vez em 2007, continuam intrigando cientistas. Essas emissões intensas e breves liberam, em milissegundos, uma quantidade de energia equivalente à que o Sol gera em dias.
Um novo estudo aponta que as FRBs podem estar relacionadas à colisão de asteroides com estrelas de nêutrons, oferecendo uma possível explicação para parte desses eventos cósmicos.
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O papel das estrelas de nêutrons
As estrelas de nêutrons são restos densos de estrelas massivas que explodiram como supernovas. Apesar de seu pequeno diâmetro, em torno de 20 quilômetros, essas estrelas concentram uma enorme quantidade de massa e possuem alguns dos mais intensos campos magnéticos e gravitacionais do universo.
De acordo com Dang Pham, da Universidade de Toronto, o impacto de um asteroide contra uma dessas estrelas libera uma quantidade extraordinária de energia.
“Essas estrelas são ambientes extremos, e qualquer colisão pode gerar ondas de rádio brilhantes o suficiente para serem detectadas em todo o Universo”, explica Matthew Hopkins, astrofísico da Universidade de Oxford.
Energia liberada por colisões
O impacto de um asteroide em uma estrela de nêutrons provoca aceleração a milhões de quilômetros por hora, mesmo para pequenos objetos. Uma colisão com um fragmento de rocha poderia liberar energia equivalente a mil bombas de hidrogênio, afirma Hopkins.
Já um asteroide de um quilômetro de diâmetro, ao colidir com uma estrela altamente magnetizada, geraria energia suficiente para suprir o consumo global anual de energia na Terra por mais de 100 milhões de anos.
Frequência e desafios da teoria
Embora colisões como essas sejam raras, ocorrendo cerca de uma vez a cada 10 milhões de anos por estrela, a vasta quantidade de estrelas de nêutrons no Universo faz com que os eventos sejam detectados regularmente por radiotelescópios.
Contudo, essa teoria explica apenas as FRBs que acontecem uma única vez. As FRBs repetitivas, que surgem mais de uma vez na mesma região do céu, demandam outra explicação.
Uma hipótese sugere que essas estrelas interajam com cinturões de asteroides semelhantes aos encontrados entre Marte e Júpiter. No entanto, ainda não está claro se esses cinturões possuem densidade suficiente para gerar múltiplos impactos em curtos intervalos de tempo.
Questões em aberto
Os cientistas continuam investigando se a distribuição de asteroides varia entre diferentes tipos de galáxias, como as espirais, a exemplo da Via Láctea, e as elípticas. A composição e a densidade desses ambientes podem influenciar a frequência de colisões, lançando mais luz sobre a origem das FRBs e o funcionamento do cosmos.