Estudo revela chance da Terra ser ejetada no espaço
Pesquisadores estão investigando o impacto de estrelas errantes na trajetória do Sistema Solar e o que essas interações podem significar para o futuro da Terra e de outros planetas.
Um estudo publicado na revista científica Icarus simulou encontros interestelares e apontou cenários que, mesmo improváveis, podem causar a expulsão de planetas da órbita solar.
Durante sua movimentação contínua pela galáxia, o Sol percorre um trajeto de aproximadamente 3,26 anos-luz a cada parsec. Ao longo desse caminho, interações com estrelas próximas — mesmo que distantes — têm o potencial de desequilibrar as órbitas planetárias.
De acordo com o levantamento, ao longo dos próximos 5 bilhões de anos, há uma estimativa média de 19 encontros por parsec, sendo que em 2% dos cenários simulados ocorre a ejeção de pelo menos um planeta do sistema.
Os pesquisadores chamam atenção para a possibilidade, ainda que remota, de que a Terra seja expulsa de sua órbita ou colida com outro astro. A chance estimada para a Terra passar por esse tipo de evento é de 1 em 500, ou 0,2%. Já Marte apresenta um risco ligeiramente superior, com 0,3% de probabilidade de colisão ou fuga para o espaço profundo.
Outros planetas também estão sob análise. Plutão, por sua órbita mais excêntrica e distante, tem uma chance de 5% de se desestabilizar.
Já Mercúrio, por estar mais próximo do Sol e cruzar com frequência a órbita de outros planetas internos, viu seu risco de instabilidade aumentar de 50% para 80%.
Os cientistas destacam que o cenário mais provável de desequilíbrio é provocado por estrelas que cruzam as redondezas do Sistema Solar, o que pode ocorrer com mais frequência do que se pensava.
A pesquisa também aponta que simulações anteriores subestimaram esses efeitos, projetando uma estabilidade planetária maior do que o atual modelo indica.
Embora essas possibilidades se desdobrem em um intervalo de tempo extremamente longo, o estudo reforça a importância de compreender como eventos externos podem alterar a arquitetura do Sistema Solar e influenciar o futuro da habitabilidade planetária.