Esses são os golpes mais comuns que idosos estão caindo em 2025
Um crescimento alarmante nas denúncias registradas pelo Procon-SP revela a intensificação de fraudes direcionadas a aposentados e pensionistas. Entre janeiro e maio de 2025, o número de queixas mais do que dobrou: saltou de 4,6 mil para 10,3 mil, um aumento de 121% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As fraudes mais comuns se apresentam de forma sofisticada, com golpistas se passando por instituições confiáveis como o INSS, o Procon ou até advogados, sempre utilizando dados pessoais verdadeiros, obtidos por meio de vazamentos.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, os criminosos exploram principalmente quatro estratégias: ameaças, promessas, presentes e ofertas falsas. O objetivo é sempre o mesmo: acessar o benefício previdenciário ou induzir o idoso a assinar contratos que não solicitou.
Dados comprometidos

Boa parte dos golpes começa com o acesso a informações sigilosas dos beneficiários. De acordo com a CNN, listas com dados do INSS circulam ilegalmente e vêm sendo usadas para fraudes em massa. O instituto prometeu apurar os vazamentos em até 15 dias, com apoio da Corregedoria, Auditoria Interna, Polícia Federal e Advocacia-Geral da União.
Empréstimo consignado lidera queixas
A maioria das reclamações envolve empréstimos consignados não solicitados, cobranças indevidas, ausência de contratos, erros nos cálculos de juros e a oferta de cartões de crédito não requeridos. Em muitos casos, os beneficiários só descobrem o golpe após o desconto direto em seus benefícios.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) declarou, em nota, que as instituições financeiras repudiam fraudes e que adotam um sistema de autorregulação desde 2020, em parceria com a ABBC (Associação Brasileira de Bancos).
Segundo a federação, bancos que não penalizarem correspondentes bancários envolvidos em práticas ilegais podem ser multados em até R$ 1 milhão.
Veja os 7 golpes mais frequentes contra aposentados:
1. Golpe da cesta básica
Criminosos se apresentam como integrantes de programas sociais e oferecem benefícios falsos, como cestas básicas. Após a entrega, solicitam dados pessoais ou fotos da vítima, usados para contrair empréstimos ou inscrevê-la em serviços não autorizados.
2. Falso Procon
Fraudadores entram em contato dizendo ser do Procon e afirmam que o aposentado tem valores a receber. Para liberar o suposto crédito, exigem o pagamento de boletos e a entrega de informações sensíveis.
3. Chamada de vídeo do “INSS”
Golpistas ligam por vídeo se passando por funcionários do INSS. Usam a chamada para capturar imagens faciais, que são utilizadas em sistemas de reconhecimento biométrico para validar operações fraudulentas.
4. Golpe do “achadinho”
Um objeto é propositalmente “esquecido” próximo à vítima, que o devolve e recebe uma falsa promessa de recompensa. Durante o processo, o idoso é convencido a ir a outro local, onde acaba sendo roubado.
5. Oferta de cartão de crédito
Com promessas de vantagens exclusivas, os criminosos convencem os aposentados a fornecerem dados sob o pretexto de emissão de cartões. As informações são, na verdade, usadas em transações fraudulentas.
6. Falso advogado
Perfis falsos usam imagens reais de advogados em redes sociais ou aplicativos de mensagem. Os golpistas cobram valores adiantados sob pretexto de liberar benefícios inexistentes.
Luciene Ferreira, que ainda aguarda sua aposentadoria, relata ter transferido R$ 4 mil para um suposto escritório jurídico. “Usaram a foto da minha advogada e até o nome do escritório. Era meu aniversário e achei que fosse um presente de Deus”, contou.
7. “Dinheiro disponível”
Nesse golpe, os idosos são informados de que há um valor disponível para saque. Ao aceitar, descobrem que se trata, na verdade, de um empréstimo bancário com juros altos e descontos automáticos no benefício.
Recomendações de segurança
Autoridades orientam aposentados e pensionistas a nunca compartilhar dados pessoais por telefone ou aplicativos de mensagem e a desconfiar de ofertas tentadoras. Em caso de dúvida, o contato deve ser feito diretamente com os órgãos oficiais ou com a ouvidoria do banco.