Esse foi um dos piores plantões da Globo de todos os tempos

No dia 1º de maio de 1994, o Brasil parou. A icônica vinheta do Plantão da Globo invadiu a programação e antecipou uma das notícias mais marcantes do jornalismo brasileiro: a morte de Ayrton Senna, então tricampeão mundial de Fórmula 1.

A tragédia, transmitida ao vivo durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália, marcou para sempre o imaginário coletivo do país.

Um domingo que entrou para a história

A colisão fatal de Senna contra o muro da curva Tamburello, no circuito de Ímola, foi acompanhada em tempo real por milhões de brasileiros.

Naquele momento, a televisão exercia um papel central na difusão de informações — em uma era sem redes sociais, os brasileiros buscavam, ansiosamente, por atualizações sobre o estado de saúde do piloto.

A cobertura jornalística da TV Globo

Logo após o acidente, a TV Globo, responsável pela transmissão da corrida, deslocou o repórter Roberto Cabrini ao hospital onde Senna havia sido internado.

Por meio de ligações feitas de um telefone celular — tecnologia ainda restrita à época —, Cabrini fornecia boletins constantes sobre a situação do piloto. Foi às 13h40, naquele mesmo domingo, que o jornalista anunciou, em cadeia nacional, a confirmação da morte.

Em entrevista ao projeto Memória Globo, Cabrini lembrou a responsabilidade do momento: “Eu tinha plena consciência de que estava comunicando a morte de alguém que era como um parente para milhões de brasileiros. A missão era unir rigor informativo e emoção, refletindo o respeito que o país tinha por Ayrton Senna.”

A origem do Plantão da Globo

O Plantão da Globo surgiu três anos antes da morte de Senna, mais precisamente em 21 de maio de 1991. Na ocasião, foi ao ar para noticiar o assassinato do então primeiro-ministro da Índia, Rajiv Gandhi. O comunicado foi feito por Celso Freitas, interrompendo o filme Top Gun – Ases Indomáveis, exibido na Sessão da Tarde.

A trilha sonora que antecede o boletim urgente foi composta por João Nabuco, vencedor de um concurso interno da emissora. Desde então, a vinheta se tornou um símbolo da urgência jornalística e um alerta que, muitas vezes, antecipa notícias de forte comoção nacional.

Um símbolo da memória coletiva

A morte de Ayrton Senna não apenas interrompeu uma corrida, mas também mobilizou o país em uma comoção sem precedentes.

A forma como a notícia foi conduzida pela televisão consolidou o papel da Globo como referência em cobertura jornalística e eternizou o Plantão da Globo como um elemento marcante da memória afetiva dos brasileiros.

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