Entenda de uma vez por todas o que significa o Drex, o Real digital
O Banco Central do Brasil apresentou em agosto do ano passado o Drex, a nova moeda digital brasileira. Esse projeto está agora em sua segunda fase de testes, onde instituições financeiras começam a explorar suas aplicações práticas. Segundo especialistas, o Drex representa uma transformação completa da infraestrutura financeira do país.
A digitalização da moeda não é uma iniciativa isolada. De acordo com o instituto americano Atlantic Council, 134 países e regiões, representando 98% do PIB global, estão trabalhando na criação de suas próprias moedas digitais, visando impulsionar o crescimento econômico.
Embora o desenvolvimento do Drex ainda esteja em seus estágios iniciais, o Banco Central e os consórcios participantes estão otimistas. Espera-se que a nova moeda esteja disponível comercialmente até 2026. Quando isso acontecer, muitos dos obstáculos burocráticos que atualmente complicam a dinâmica da economia brasileira podem ser eliminados.
Como o Drex funciona
O Drex é uma versão digital do real brasileiro, mas sua estrutura é inspirada por tecnologias já conhecidas, como as criptomoedas e as stablecoins. Dos primeiros, ele adota dois pilares fundamentais:
- Blockchain: Uma tecnologia de registro descentralizado que permite o arquivamento seguro de transações.
- Tokenização: Processo que cria uma representação digital de bens físicos ou ativos.
Ao contrário das criptomoedas comuns que podem ser altamente voláteis, as stablecoins procuram manter a estabilidade atrelando seu valor a outros ativos, como o dólar ou ouro. O Drex, no entanto, é único porque será lastreado no próprio real, controlado pelo Banco Central do Brasil.
Como o Drex vai impactar seu dia a dia?
A introdução do Drex promete simplificar várias transações do cotidiano. Por exemplo, quando seu salário for depositado no banco, ele será convertido automaticamente em Drex. No entanto, no seu extrato bancário, ainda aparecerá como saldo em reais, sem distinção entre dinheiro físico e digital. Isso elimina a necessidade de dupla conversão e facilita o uso.
Além disso, o Drex incorpora os chamados “contratos inteligentes”. No caso da compra de um carro, por exemplo, atualmente um Pix apenas transfere o dinheiro; a propriedade do carro ainda precisa ser registrada através de um processo burocrático. Com Drex, a transação monetária será carimbada digitalmente com informações sobre a troca de propriedade, agilizando o processo.
O Drex e os investimentos
Outra aplicação relevante do Drex é a democratização dos investimentos. Segundo especialistas, a nova moeda permitirá que investidores comprem pequenas porções de ações, ao invés de uma ação inteira. Isso facilitará o acesso de pequenos investidores ao mercado financeiro, permitindo adquirir fatias menores de ativos.
No entanto, a implementação de transações que envolvem transferência de propriedade, como imóveis, ainda enfrenta desafios legais e burocráticos. Questões como a garantia de propriedade e a necessidade de acomodar interesses de terceiros, como cartórios, ainda precisam ser resolvidas.