Criminosos abrem contas falsas na Caixa para desviar pagamentos do INSS
Uma investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Força-Tarefa Previdenciária em Brasília expôs um esquema de desvio de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O grupo criminoso utilizava contas falsas na Caixa Econômica Federal para efetuar os desvios. Na ação realizada na última terça-feira (23), foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, a investigação revelou que 11 pessoas se passaram por beneficiários do INSS entre 2019 e 2022. O grupo usava documentos falsificados para abrir contas na Caixa Econômica Federal e redirecionar os benefícios previdenciários para essas contas fraudulentas.
Além disso, empréstimos com desconto em folha também teriam sido realizados de maneira fraudulenta, aproveitando a margem consignável dos benefícios desviados.
Como os beneficiários foram lesados?
Os verdadeiros beneficiários perceberam que seus pagamentos não haviam sido depositados em suas contas. Ao procurarem o INSS, descobriram o desvio dos valores para as contas falsas. Pelo menos 49 benefícios previdenciários foram alvo de fraude, causando prejuízos financeiros significativos às vítimas.
A Força-Tarefa Previdenciária, que atua há 22 anos, combina esforços do Ministério da Previdência Social, Polícia Federal e Ministério Público Federal, visando combater crimes contra o sistema previdenciário. O grupo trabalha de maneira coordenada para identificar, investigar e prender aqueles envolvidos em fraudes estruturadas contra o INSS.
O que motivou a operação
A operação ocorre em meio a uma preocupação do governo com o aumento dos gastos com benefícios do INSS. Dados do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social mostram um crescimento expressivo no número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) nos últimos dois anos.
Entre janeiro de 2019 e maio de 2022, o número de beneficiários cresceu em mais de 1,1 milhão. Esse aumento levou o governo a bloquear R$ 15 bilhões do Orçamento deste ano, com R$ 11,3 bilhões destinados a aposentadorias e BPC/Loas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que um pente-fino nos benefícios será a estratégia inicial do governo para controlar os gastos e alcançar a meta fiscal.