Conheça o padre que antecipou a existência de estranhos objetos astronômicos
A noção da existência de buracos negros sempre intrigou a ciência, ainda mais considerando que o cosmos pode abrigar bilhões desses objetos. Durante o século XX, mesmo com previsões matemáticas sugerindo sua existência, físicos proeminentes, incluindo Albert Einstein, mostraram ceticismo.
Curiosamente, no século XVIII, John Michell, um padre britânico, antecipou a existência de buracos negros usando apenas leis newtonianas.
Padre ‘previu’ os buracos negros no século XVIII
Michell nasceu em 1724 e se destacou desde cedo pelo seu rápido aprendizado. Educado em casa, ele prosseguiu seus estudos na Universidade de Cambridge, onde permaneceu por mais de 20 anos, lecionando disciplinas variadas e dedicando-se à experimentação.
Sua paixão por construir aparelhos próprios fez com que seu espaço de trabalho fosse comparado a uma oficina. Em 1750, Michell publicou um estudo sobre o magnetismo e, dez anos depois, sobre a mecânica dos terremotos.
Ele foi pioneiro na descrição das camadas da Terra e na análise do movimento dos terremotos. Após deixar Cambridge, Michell continuou suas pesquisas enquanto atuava como pároco em Yorkshire.
A partir de 1767, Michell aplicou modelos matemáticos ao estudo das estrelas, demonstrando que constelações como as plêiades eram formadas pela atração gravitacional. Em 1783, ele previu a existência de buracos negros ao deduzir que a gravidade de estrelas muito massivas poderia impedir que sua própria luz escapasse.
Michell teorizou que, embora a luz emitida por essas estrelas não pudesse chegar até nós, seria possível detectá-las através das irregularidades nas órbitas de corpos próximos. Essa abordagem se assemelha aos métodos modernos usados para identificar buracos negros.
Após sua morte, a importância das ideias de Michell foi redescoberta, especialmente suas especulações sobre estrelas invisíveis e buracos negros. Sua contribuição foi significativa para a cosmologia e a compreensão da gravidade.